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Violência doméstica: denuncie!



Realizei um bate-papo com a delegada Tatiana Bastos (titular da 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Porto Alegre) para entender o aumento da violência doméstica em tempos de pandemia. Nessa conversa, vários pontos me chamaram a atenção, por isso resolvi dividir com você, querida leitora, que talvez esteja passando por essa situação de violência ou conheça alguém que a vivencia.

A trajetória do feminicídio passa pela violência psicológica em forma de ameaça, gerando intranquilidade. Isso pode ser observado, especialmente, quando o sujeito persegue a vítima no trabalho, não permite que visite parentes, entre outras situações constrangedoras. É importante ressaltar que o feminicídio não acontece na primeira vez que uma situação como as citadas ocorre, pois ela vai ficando recorrente e toma uma proporção sem controle que se a mulher não buscar medidas protetivas fará parte das estatísticas. A tendência da mulher é sempre justificar a conduta do agressor, subestimando-o, sem imaginar que poderá ser vítima de feminicídio.

Em geral, a mulher leva 10 anos para romper o círculo da violência e buscar ajuda, pois tal fato é doloroso, visto que ela está tão tomada da situação que sua vida perdeu o sentido. Isso porque se acostumou aos maus-tratos e às humilhações. Quando chega a procurar uma delegacia, já está destruída, fragilizada, enfraquecida, doente por se submeter a toda ordem de violência.

Tatiana salienta a importância de uma grande transformação cultural para romper com o sistema estrutural patriarcal que está naturalizado na nossa sociedade e que, por décadas, comanda e assume o poder em uma relação. Para isso, é preciso contar com os poderes público e social, que precisam agir de forma simétrica, articulada, organizada e coordenada nos três níveis governamentais.

Com vistas a encorajar e auxiliar a mulher vítima de violência, a Polícia Civil disponibiliza um número de Whats para fazer a denúncia, podendo assim interagir com uma atendente de forma silenciosa. Além disso, há a delegacia on-line, um canal mais rápido, em que a própria mulher fará o registro de ocorrência policial de um telefone celular ou de um computador, entrando no site da Polícia Civil.

Querida, leitora, com tudo o que você acabou de ler agora, reflita se vale a pena viver constantemente em situação de violência. Busque ajuda na sua rede primária, ou seja, uma amiga ou um parente que possa acompanhá-la nesse processo.


Rosane Machado Mestranda em Estudo sobre as Mulheres, Gênero e Cidadania pela UAB de Lisboa


Atente-se a estas informações:

Delegacia on-line da Polícia Civil do RS: https://www.delegaciaonline.rs.gov.br/dol/#!/index/main

WhatsApp e Telegram para denúncias: 51 98444-0606

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