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Violência contra a mulher

Semana passada recebi uma carta de uma jovem revelando o período em que viveu sofrendo violência física do parceiro. É muito raro alguém querer expor sua dor, especialmente por sofrer agressão [o texto está publicado no blog com autorização da jovem], mas ela teve a coragem de revelar o que sofreu para alertar outras mulheres a fazerem o mesmo. Dessa forma, estamos nos unindo e compreendendo que, infelizmente, isso ainda é muito comum de acontecer entre os casais e independe de classe social.

Muitos motivos podem estar alicerçados a esse fato, desde a crise econômica até o fato de os homens se acharem no direito de agredir, simplesmente por ter um “crédito” do sistema patriarcal, que libera qualquer tipo de violência, seja a física, psicológica, moral ou sexual.

Por ser ainda uma tema atual e por acreditar que somente discutindo e se unindo conseguiremos mudar essa realidade, escolhi esse tema para minha dissertação de mestrado, que abordará especificamente a violência psicológica, por ser silenciosa e ir destruindo a autoestima da mulher sem que, muitas vezes, ela perceba. Como resultado dessa agressão, ela renuncia sua própria vida para ficar à mercê de um algoz que a contamina constantemente com a ideia de que é uma incapaz.

Quero comprovar que conviver desse modo poderá incidir no adoecimento ao longo do tempo, pois viver constantemente sendo diminuída perante outras mulheres traz um abalo muito grande para a vida da mulher. Muitas pessoas me perguntaram por que não abordo a violência física? Acredito que com esse meu trabalho poderei alertar as mulheres que vivem numa situação de violência, mesmo não sofrendo agressão física, se conscientizando que a violência não precisa deixar marcas na pele, portanto precisam denunciar ou buscar maiores esclarecimentos a respeito.

Peço desculpas a quem gosta apenas de ler sobre temas leves, que não a deixem triste ou a levem a pensar, mas este espaço, entre tantas coisas, é o da verdade, da realidade como um todo, precisamos nos unir para conseguir viver dias melhores, pois a vida é breve e precisa realmente ser vivida com leveza para percorrermos nosso caminho em paz.

Uma ótima semana a todas as mulheres!




Rosane Machado

Mestranda em Estudo sobre as Mulheres, Gênero e Cidadania pela UAB de Portugal.

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