Eu estava me achando super criativa porque descobri sobre o que queria escrever aqui, eis que a rainha da psicanálise Maria Homem publica uma coluna na Folha sobre o mesmo assunto e eu quase desisti de escrever porque achei que ela ia lacrar tanto, que não ia nem ter graça.
Maria Homem é uma das pessoas que eu admiro tanto que curto antes de ler, mas pra minha surpresa, tive que “descurtir”, pois foi o primeiro texto que não me representou em nada.
O assunto foi os hits que abriram 2023 no maior estilo: “Flowers” da Miley Cyrus e “Bzrp” da Shakira. Porém, o meu título jamais seria “Como Shakira e Miley Cyrus provocam fetiche pela dor da traição com música de corno”.
As músicas são catarses, são um momento que o artista bota tudo pra fora e esse tudo, as vezes é tudo mesmo. A honestidade dos sentimentos é o que faz com que a gente se conecte tanto com elas - ou não - e tá tudo certo. As músicas dificilmente são “blasé” e, se são, viram música de elevador e não hit.
Pop procura hit, se a Maria Homem procurou Jorge Ben na Shakira, tá escolhendo mal a playlist, com todo respeito. Música de corno sempre existiu e sempre vai existir, a diferença é que agora o feminismo tá expondo até o alecrim mais dourado do vale.
“Uma loba como eu não está para novatos”. Claramente, Shakira jantou o Pique, nem vou comentar muito sobre isso, porque a mulher comeu a geléia dela, ficou com o marido dela na cama dela, é muito abuso.
“Eu posso comprar flores pra mim mesma, escrever meu nome na areia, conversar comigo mesma por horas, ver coisas que você não entende, me levar para dançar, segurar minha própria mão. Posso me amar melhor do que você pode”. (Miley)
Quantas pessoas já descobriram isso? Miley Cyrus fez terapia e distribuiu para todas as mulheres que tão precisando mas não podem pagar.
Se é fetiche, tá gostoso demais. Vão estar entre minhas músicas mais tocadas do spotify de 2023 isso que nem fui corna recentemente. Se Shakira foi meu bem, nós mortais…
Juliana W. Soeiro
CRP 07/26220
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