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Uma mulher vítima de estupro é hostilizada durante uma audiência. Me doeu ao assistir? Muito.


Eu parei. Refleti. Quem me conhece, sabe como levanto a bandeira do combate à violência contra a mulher. Pensei como jornalista, como cidadã, como mulher, como assessora de comunicação. Que mundo louco. Que mundo insano.


Como jornalista, louvo termos redes sociais, possibilita uma forte mobilização a respeito daquilo que acreditamos.


Por outro lado, o Tribunal Internet, como mesmo ouvi de outras fontes, possui discursos agressivos e assustadores. Muitas vezes agem pela emoção. "Lincha"!, "Enforca", "Queima na fogueira!", o que isso nos lembra? Fogueira em praça pública, representa, metaforicamente, as atuais as redes sociais. 

Igual, o melhor disso, por outro lado, é que ninguém se cala mais. Por outro, quantos vão de fato atrás dos fatos? Poucos. Agora, como é importante não apenas comprar campanhas em redes sociais. Como é importante você olhar a mulher ao seu lado. Olhar sua realidade. Olhar você! E cá, convenhamos, quantos "Andrés Aranhas" você tem no seu círculo de amigos? Para quantos você já passou o pano? Quem tolera ser amigo ou se relacionar com alguém que já agrediu uma mulher? Muitas de nós. Enfim, apenas quero te provocar a refletir. Não basta colocar frases nas redes sociais, é importante agir no seu dia a dia como de fato promulga. Quantos, no silêncio, na obscuridade, ameaçam ou ameaçaram as suas companheiras, mas no entanto chegam com um sorriso nos lábios, com pose de galã, lhe dando "bom dia"? Vejo um movimento nas redes sociais muito efusivo, emocional. Mas no dia a dia vejo as ações não tão coerentes. Isso me incomoda? Me incomoda. Vai mudar, não? Pelo menos o que me conforta é ver a maior parte das pessoas não se calando mais. Obrigada por isso. Em audiências da sua vida, quem você é: Advogado, réu, vítima, promotor, juiz ou advogado?


Caroline Tatsch

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