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No meio das 12 milhões de pessoas que compõem São Paulo, podemos considerar que boa parte veio de outro Estado ou país. Sai ano, entra ano, a metrópole segue acolhendo muitas nações, seja por mudança de trabalho, de vida ou por refúgio. O site Hypeness de notícias da cidade fez uma seleção de como explorar o mundo dentro da cidade e a gente compartilha com vocês, porque eu amo essa cidade universo!
Não é nenhuma novidade que São Paulo tem centenas de opções gastronômicas, com restaurante do mais tradicional ao mais hype; do mais estrelado ao mais meia-boca. Porém, saindo do lugar-comum, é bom descobrir o que há por trás daquelas portinhas minúsculas, os botecos, os centros culturais pouco falados, os museus e até aldeias que pulsam entre as veias paulistanas. Abraçar e se orgulhar de tudo o que há de diferente por aqui é quase uma obrigação.
São Paulo é um país, que não se forma sozinho. É um enorme quebra-cabeças que vai se modulando a partir de cada pessoa que pisa aqui e deixa seu rastro. São Paulo é Itália, é África, é Japão e é Nordeste. É uma viagem mesmo. Mas só para quem pega o mapa e explora!
Aparelha Luzia - Rua Apa, 78 – Santa Cecília
Existe axé e oxossi em São Paulo, mais precisamente no Aparelha Luzia, quilombo urbano localizado na região central da cidade. O centro cultural de arte, política e resistência foi fundado em 2016 por Erica Malunguinho, ativista, educadora e atualmente deputada estadual. É um espaço para acolhimento, debates, apresentações musicais e manifestações artísticas voltados ao movimento negro. LGBTs são mais do que bem vindos.
Kintarô - R. Thomaz Gonzaga, 57 - Liberdade
Se existe izakaya (boteco japonês) mais legítimo e autêntico do que este, desconheço. Aberto em 1993, o peculiar Kintarô tem zero sofisticação e casualidade é serventia da casa, que pertence até hoje à mesma família. O ambiente é composto basicamente de um balcão e mesinhas de ferro, que ficam na calçada, mas isso não o torna menos convidativo. Não há cardápio e as porções são servidas de acordo com o menu do dia, como sardinha marinada, berinjela no missô e raras coxinhas, acompanhadas de cervejinha gelada ou sakê. O nome significa “Menino de Ouro”, uma alusão aos donos do lugar, Taka e Yoshi, que são lutadores de sumô.
Pavilhão Japonês - Av. Pedro Álvares Cabral, portão 10 - Vila Mariana
O Parque Ibirapuera é um dos lugares mais apreciados pelos paulistanos, mas você já foi no pavilhão japonês? De fato, ele é discreto, mas se vale a orientação: fica em uma das extremidades do Lago das Garças. Foi construído em 1954 para simbolizar a amizade entre Brasil e Japão, seguindo o rigor técnico do Palácio Katsura, antiga residência de verão do Imperador em Kyoto. Depois de ser transportado de navio (!) na época e passar por uma reforma em 2016, o pavilhão está aberto para visitação, com direito a uma sala de exposição, de peças originais e réplicas dos “tesouros japoneses”, um lindo jardim oriental e um lago de carpas. A entrada custa de R$ 5 a R$ 10.
Al Janiah - Rua Rui Barbosa, 269 – Centro
Espaço gastronômico e cultural árabe, o Al Janiah é administrado pelo palestino Hasan Zarif e ficou conhecido por acolher e empregar refugiados e imigrantes oriundos da Palestina, Síria, Cuba e Argélia. Além de servir comida típica, conta com apresentações artísticas, lançamentos de livros, debates, exibições fotográficas, etc. Com forte militância política e social, o local já foi atacado mais de uma vez, mas segue resistindo. Ainda bem.
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