Olho pela janela e vejo um pouco do mundo… Aquele mundo que conhecíamos antes.
Aquele mundo, corrido, caótico, mas que fazia parte de nós.
Pela janela, um naco de vida. Da vida que tem que seguir, mesmo com outro ritmo, outra cor, outra vida.
Pela janela, um naco de solidariedade do vizinho que busca água pra velhinha que anos atrás viu algo parecido acontecer. Ela, assim como as árvores milenares que vejo da minha janela, resistiu e segue resistindo.
Pela janela, um naco de esperança no grito despreocupado das crianças, no beijo apressado do casal jovem, no riso solto do bebê que passeia com sua mãe, na rebeldia adolescente que desafia o temido Síndico.
Pela janela, um naco do céu azul, que me faz pensar que quando a vida voltar quero seguir apreciando cada pequena coisa, cada diálogo, cada cheiro, cada lugar.
Pela janela, um naco de amor do velhinho que cuida diariamente das suas plantinhas, da moça que dança sua música favorita todos os dias.
Nesse pequeno mundo vi tanto, vi tudo!
No novo mundo, aquele que teremos quando tudo isso passar, quero ver mais nacos de amor, paz e de solidariedade, do mesmo modo como tenho visto do meu mundo.
Até a próxima, irmãs.
Amanda Alves
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