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Trabalhar home-office ou presencial?


Antes da pandemia já existia uma tendência ao trabalho remoto, mas depois do aparecimento da COVID-19 o home office se tornou uma necessidade e uma realidade para muitos serviços. Tivemos que nos adaptar na marra: professores, psicoterapeutas, empresas de inúmeros setores, advogados, todos que conseguimos, com ou sem estrutura viável, arrumamos um jeito de trabalhar de casa.


Porém, agora que o isolamento social já não é mais uma necessidade, podemos avaliar como está sendo viver com esse estilo de vida para tentar aprimorar o que já é irreversível. Muitas empresas quiseram retomar para o trabalho presencial “pós covid”, mas fato é que uma pesquisa da revista Harvard Bussiness com americanos alerta que, hoje em dia, se uma empresa quiser funcionários 100% presenciais, terá que pagar a mais por isso.


As pessoas querem liberdade, comodidade e flexibilidade: Segundo a mesma pesquisa, 40% das pessoas entrevistadas disse que trocaria de emprego caso tivesse que voltar para o trabalho 100% presencial. A maioria dos entrevistados optou por trabalhar se possível metade da semana de casa.


As vantagens são muitas: para os colaboradores é ótimo poder estar perto da família, trabalhar de qualquer lugar do mundo e utilizar as horas do seu dia de forma mais autônoma. Para a empresa, é muito bom reduzir os custos com infraestrutura.


Dito isso, o remoto traz a expectativa de um equilíbrio maior entre a vida pessoal e profissional. Porém, na pratica, a liberdade que o home-office oferece também cria dificuldades que necessitam de atenção. Como conciliar um problema doméstico com um problema de trabalho? O que fazer quando a luz interrompe um projeto e quando a internet tá com má conexão bem no dia de uma reunião importante? As crianças estão em casa querendo atenção, e agora?


Além disso, avaliar o rendimento ou ter uma comunicação clara com as pessoas é bem mais complicado: ao invés de conversas informais na área do café ou no corredor, cada detalhe precisa de uma reunião formal - estima-se que o número de reuniões aumentou em 150%. Sem falar que através da tela temos uma visão limitada do outro, não conseguimos perceber alguns sinais corporais, além de dificultar a conexão mais estreita entre os envolvidos.


Para os recém contratados também é um desafio entender a cultura, ter uma boa integração na equipe e ter uma rede de colegas de trabalho que tenha o potencial de uma rede de amigos. Isolados, expostos mais tempo as telas, ficamos mais cansados, menos criativos e mais ansiosos.

Se queremos seguir nesse modelo, com certeza temos alguns pontos para pensar. Tanto para nós que queremos seguir trabalhando de casa quanto para as empresas é crucial traçar estratégias em todos os aspectos citados: ter mais momentos de conexão informal mesmo à distância, compreender que momentos fora da tela são super importantes para o trabalho e para a saúde, verificar se é possível trabalhar de casa com os recursos que se tem e com os problemas que permeiam o ambiente familiar... Mudar o ambiente de trabalho pode ser um passo, mas não é sinônimo de qualidade de vida, a responsabilidade que a liberdade traz pode ser também aprisionante, pensemos fora da caixa para uma vida mais completa.


Por Juliana



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