Meu trabalho como psicóloga me oportuniza um vasto conhecimento sobre o ser humano, sobre as relações e sua individualidade. A cada semana, há uma expectativa de quais pessoas irão buscar meu trabalho, casal ou família ou atendimento individual que recebo no meu consultório. Chegam muitas vezes angustiados, fragilizados com a dor do abandono ou da busca incessante por se conhecerem, desvendar seus mistérios, se encontrarem e se perceberem como um ser humano nesta dialética da vida.
Os diálogos atualmente já não fazem parte do contexto, o isolamento é o modo de fugir dos desentendimentos, de enfrentar a vida, seus desafios. Esconder as mágoas é mais fácil do que enfrentá-las, pois a maioria das pessoas não sabe o que fazer com tantos sentimentos guardados, confusos, perdidos.
Então, quando o processo terapêutico avança e os detalhes da vida do indivíduo são postos em questão, começa um renascer para uma nova vida, um despertar lento e gradual, e aquele ser antes encolhido agora assume uma nova postura.
Antes sua alteridade era negada, agora o torna diferente, seu olhar e sua postura perante a vida apresentam um novo ser. A cada dia uma nova descoberta, um novo desvendar, e enfim a despedida de um processo que culmina em um novo ser, em uma nova vida.
Sou muito grata por poder fazer parte desse processo e acompanhar cada detalhe, pequenos sinais que viabilizam mudança, crescimento.
Lembre-se: não tenha medo de iniciar uma terapia, saiba que o autoconhecimento trará muitos benefícios a você e, consequentemente, às pessoas de seu entorno.
Ótima semana!
Rosane Machado
Mestranda em Estudo sobre as Mulheres, Gênero e Cidadania pela UAB de Portugal.
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