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Tente outra vez

Recebi uma mensagem do meu ex-companheiro: “Li teu texto”. Depois de algumas outras palavras, ele disse: “Quiser ‘limpar’ a história comigo, estou à disposição”. Passei muito tempo tentando “limpar” com você. Mas percebo que, agora, a minha prioridade e vontade é a “limpeza” comigo mesma. Há um mês busquei um tratamento de psicoterapia. Percebi que não bastava ter ido embora. Percebi que precisava encarar de frente a dor no peito, a tristeza, a raiva, o amor. Não bastava abrir a porta de saída. Eu teria que descobrir, com coragem, o que tinha atrás da porta. (Afinal, será que é do desconhecido que temos tanto medo de encarar, antes de decidir ir embora?) Mas agora, pra você, que está lendo este texto, e que tem suas dúvidas, que tem seus medos, que tem seus receios, só te digo: Vai, coragem. Você consegue. Se permita arriscar. Se permita realizar tudo o que você acredita que é melhor para você. Não aceite menos do que você sabe que merece. Se ressoou um incômodo no peito, lute por você. Para mim, primeiro veio a força de realizar o rompimento do ciclo. Depois, essa força me encheu de energia, que invadiu meu corpo e me movimentou para frente: buscar casa, fazer trabalho voluntário, frequentar as aulas do curso, viajar. O famoso: “vou me distrair”. Depois, o inconsciente me pregou “peças”. Ele entregou “fichas”, que caíram uma por uma. Lembranças e memórias, boas e ruins. E isso dói. Dói pra caramba. O processo de passar por essa espécie de “limpeza” exige força. E você, amiga ou amiga que está lendo este texto, vou te dizer: você tem essa força. Encara, chora, grita, sinta raiva e deixa ir. Espera. Como uma ferida que dói. Aceite o processo de cicatrização. O processo de cura. E vai limpar. Já fecharam cinco meses desde o término. Os primeiros foram muito difíceis, mas, nesta semana, me deparei caminhando leve pela rua. E só de perceber isso, meu rosto deu um sorriso espontâneo. Eu estava grata a mim, por caminhar com o coração leve. E isso me emociona. Eu estava grata a mim mesma! E percebi que tudo passa. Voltei a gargalhar, sinto minha energia se renovando, começo a brilhar novamente. Encontrei um novo apartamento, estou cheia de planos. Me sinto capaz. E percebo à minha volta, que todos somos capazes. Todos. Tenho dado um passo de cada vez. Com atenção, com carinho, e com respeito a mim. Pois a dor ainda volta, menos forte, mas estou aprendendo a lidar com ela, com o trabalho no meu autoconhecimento. Nos enredamos nas nossas dores, nos perdemos em nossos medos. Mas te lembro: basta decidir caminhar. Caminhe. Seja a guerreira ou o guerreiro da sua própria história. “Basta ser sincero, e desejar profundamente. Você será capaz de sacudir o mundo. Vai! Tente outra vez”, já diria meu amigo Raul Seixas. Obs.: E você, que precisa de um carinho, um empurrãozinho, conheça o Mapa do Acolhimento😊: https://www.mapadoacolhimento.org/

Caroline Tatsch

Caroline.tatsch@gmail.com

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