No segundo dia do caminho, pós neve, cansaço e chuva, eu e os amigos suíços que encontrei no caminho e pedi ajuda porque achava que estava perdida, encontramos nosso hostel em Zubiri, após caminhar 24km. O hostel era algo incrível de maravilhoso, minha cama era uma coisa tão gostosa e pasmem, no banheiro tinha uma banheira. Nem preciso dizer que entrei e fiquei um tempo lá, relaxando, recuperando as forças. Pós banho, me joguei na cama e só queria dormir até o outro dia, mas Cris, a sueca não deixou: você precisa se alimentar, não pode dormir sem comer nada, depois de ter gasto muito energia! – ela tinha razão, mas eu não tinha mais forças, então ela e o namorado, Bruno, desceram, foram no mercadinho da cidade, compraram vinho e preparam uma massa deliciosa, a Cris me chama para comer e eu desço: nunca vou esquecer esse gesto de atenção e carinho deles. Conheci nesse dia também um rapaz inglês lindo que fazia o caminho e carregava uma barraca nas costas! Ele faz pequenos trajetos e dorme onde der na telha, estávamos todos atenciosos com as suas histórias! Nessas alturas eu falava um inglês bem meia boca, mas me entendiam e eu entedia tudo! Mas dá um cansaço mental também, que em seguida fui dormir para no outro dia acordar mais disposta. Pela manhã, começamos a caminhar rumo a Pamplona, a primeira das grandes cidades do Caminho de Santiago
Pamplona é uma cidade de aproximadamente 250 mil habitantes, localizada em umas das regiões mais ricas da Espanha, a cidade é cercada de parques, monumentos históricos, museus, igrejas e tem um dos seus principais pontos turísticos o Casco Antigo (cidade antiga), onde o lugar parece realmente de filme, ruas estreitas, construções antigas, um verdadeiro show arquitetônico, onde se encontram ótimos bares, restaurantes, lojas, e comércios em geral. É no casco antigo onde ocorre tradicionalmente o Encierro (corrida de touros), que parece já ter sido proibido. (ainda bem). Até chegar em Pamplona, consegui aproveitar muito a trilha, estava acompanhada de um casal de brasileiros, dois paulistas, então juntos fizemos o caminho curtindo cada paisagem. Não foi muito sofrido, pois a beleza desse trajeto era algo que enchia os meus olhos. Chegando em Pamplona, me deparo com uma cidade grande, e me assusto um pouco, já estava acostumada com pueblos e poucas pessoas, mas também me conforta ao saber que vou conhecer uma cidade linda! Me hospedo em um hostel maravilhoso e barato; e saio para conhecer a cidade.
No centro encontro uma loja da Sephora, de maquiagens, não exito e entro com os meus trajes de peregrina e compro sete sonetinhos líquidos! Sou peregrina, mas sou cheirosa! Sigo caminhando pela cidade e nem acreditava que estava ali, em um dos lugares mais lindos da Espanha, e que tinha chegado a pé. Dizem que depois do quinto dia de caminho o corpo já começa a se acostumar com a andança e as dores diminuem, eu já estava me sentindo mais preparada e forte. Que venham os próximos dias! Vou comemorar bebendo um bom vinho! Salud!
Por Gabi
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