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Sonhei que ia morrer

Sábado, 16 de fevereiro, fiz 33 anos. O que mais ouvi foi: “a idade de Jesus Cristo!”. Eu dou um sorriso. Afinal, o que isso quer dizer?

Escrevi esse texto, em dias conturbados: quantas mortes. Tragédias em Brumadinho, Rio de Janeiro, a morte do colega Ricardo Boechat e o crescimento do número de feminicídios.

Nessa semana também ouvi muitas pessoas comentarem sobre “como se deram conta que a vida é finita”. E, aos recém feitos 33 anos, paro e penso: a vida é mais que finita, a vida é transformação. Todos os dias. A todo o momento.

33 anos. Com 20 dias de um pé esquerdo machucado (sofri uma pequena fratura andando na rua). Estou há todos esses dias fazendo avaliações sobre a minha vida e sobre as transformações dela.

Percebi como a vida te ensina. Te transforma. E com tantas transformações de vidas finitas, vidas iniciando, vidas se transformando, lembrei de um sonho que tive em 2014. Esse sonho me fez refletir sobre a vida tão rápida, fugaz e finita:

“Sonhei que iria morrer. Eu sabia que iria morrer logo. Dentro de, no máximo, um mês, eu iria morrer.

No sonho, eu estava um pouco desesperada. Afinal, o que eu tinha feito, até então, para a minha vida ter sido válida?

E, de repente, eu percebia que não tinha feito nada para marcar a minha passagem aqui, na Terra. No sonho, eu ficava contabilizando ações úteis para a sociedade, amigos, família, principalmente para aqueles que mais precisam de um apoio, uma ajuda, um carinho.

A cada procura mentalmente, eu me desesperava mais, pois notava que tinha pensado apenas em mim, nesse tempo todo.

E que a minha geração é assim: um pouco egoísta, para não dizer “muito egoísta”. Somos individualistas, preocupados em apenas “viver o momento”, da forma como queremos e como acreditamos que nosso desejo individual deva ser. “Dane-se o outro. O importante é eu ser feliz, não importa como.”

Acordei como se meu tempo estivesse acabando. E, sim, na verdade, está.

Por causa disso, tomei a decisão de querer viver um tanto diferente, a partir de hoje.”

 Você está fazendo a sua vida valer?

Caroline Tatsch

caroline.tatsch@gmail.com

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