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Sobre a TERRÍVEL missão de ser mulher no Brasil!


Com a diferença de semanas nos deparamos com três casos que elucidam, de forma desumana, o que é ser mulher no BRASIL patriota.

1º Caso: Menina de 11 anos, vítima de estúpro, tem seu direito ao aborto, assegurado por Lei, negado por uma magistrada MULHER que lhe perguntou se " Não podia aguentar mais um pouquinho" e ser "mãe" aos 11 anos de idade.

2º Caso: Atriz famosa, vítima de estúpro, entrega o bebê para adoção, assistida e amparada pela Lei. Sua postura é vazada pelo hospital que lhe atendeu e condenada pela sociedade vigilante pelos valores cívicos.


3º Caso: Mulher é estuprada na mesa de parto pelo médico anestesista.

Se neste momento você não viu um padrão e uma forte cultura do estupro na nossa sociedade, sugiro uma urgente visita ao seu médico, porque a verdade dos fatos saltam aos olhos de forma agressiva, eu diria.

Caras irmãs, nós bem sabemos que esses três casos elucidam a terrível missão do que é ser mulher num dos países mais letais para nós.

Sabemos o que é estar vigilante 24h por dia. Sabemos o que é estar sempre armada porque até um simples " Bom Dia" educado e gentil pode ser motivo para aquele assédio corriqueiro que todas passamos em cada momento do nosso dia.


Irmãs, vivemos no país que nos julga por pautar o aborto seguro e amparado pela Lei, mas, em hipótese alguma, condena o abusador/assediador.

Somos culpadas desde o dia em que o médico decreta " É MENINA"!

Somos o país que grita na nossa cara " Coloca uma roupa mais comprida, tira esse decote, tira esse batom vermelho", mas não condena os abusadores e assediadores que circulam livres e impunes, gozando do seu "legítimo" direito de ser homem.

- Quem aí engrossa o coro das "malucas" que gostariam de ter essa vida fácil e confortável?


O fanatismos religioso que permeia a questão do aborto no nosso país, é o mesmo fanatismo que tolera a morte quase certa das mulheres que procuram "açougues" clandestinos para interromper uma gravidez indesejada.

Quem lucram com a falta de políticas públicas que assegurem o livre e genuíno direito das mulheres de serem, enfim, donas dos seus corpos?

Quem aponta e define nosso direito de escolha?

Esses três casos dão contorno a esse espectro que permeia a terrível condição das mulheres brasileiras. O medo é nosso companheiro eterno...

Medo de sair num determinado horário e ser atacada.

Medo de ser abusada e não ter o direito de decidir sobre sua própria vida.

Medo da exposição e do cerceamento a que somos submetidas todos os dias.

Vivemos num mundo que nos diz TODOS OS DIAS que o nosso lugar não é onde quisermos!

O ar falta aos pulmões, o nó aperta a garganta e medo de ter sido uma vítima de abuso médico, por exemplo, nos paralisa e nos revolta.

Que país é esse que condena e criminaliza a vítima, mas chancela e passa pano para os homens abusadores que seguem impunes e livres para seguir abusando e ceifando a vida de tantas outras.

- Respiro!

Com esse peso no meu coração, desejo que possamos nos somar e seguir firmes, resistindo mesmo com as feridas ainda abertas.


Desejo que sigamos com força e com ferocidade para que as meninas que serão as mulheres das próximas gerações possam repousar no sono justo que lhes é de direito.

Força irmãs, até a próxima!


Por Amanda Alves Rodrigues

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