Esses dias fui surpreendida por uma mensagem no Whats perguntando se eu queria fazer parte do grupo do ginásio. Achei muito bacana a iniciativa e desde então leio as mensagens diárias compartilhadas, que se transformaram em um jornal eletrônico. Mas pouco participo, até porque não tenho muitas lembranças da época. Porém, tudo isso me remeteu a um período distante e comecei a rever minha imagem em uma foto postada, em que parece uma menina cheia de sonhos, esperanças, porém insegura e frágil, que hoje se transformou numa mulher batalhadora e convicta dos seus ideais.
O local em que frequentei o colégio foi em Guaíba, onde vivi minha infância e adolescência e comecei a descobrir o mundo, seus valores e princípios. Nosso primeiro encontro vai ser agora no final de agosto, e todos, mesmo sem saber se somos conhecidos, estão na expectativa de ter alguma recordação que nos inclua e que possa trazer momentos nostálgicos de um tempo que não volta mais. Lembranças que se perderam no tempo, deixando apenas marcas de alegrias, frustações, dores, conquistadas a cada ano, deixando-nos distantes daquele período em que se era criança e por isso carregava a inocência de quem não sabe a realidade do cotidiano.
Lembro-me que quando descobri que existia um fim para vida e que a morte seria a responsável por nos separar de pessoas queridas, fiquei muito impactada. Pensava viver eternamente com quem amava. Foi nessa cidade que aprendi que para viver um relacionamento afetivo é preciso muito jogo de cintura, mas que o amor existe, apesar de suas desventuras.
Já faz muito tempo que não vou rever onde morei por anos, estudei, lugar que me traz algumas recordações, por mais remotas que sejam e estejam bem escondidas dentro de mim. Em tempos em que cada vez mais o ser humano está fechado em si mesmo, tentando sobreviver a crises de identidade, de relacionamento e tantas outras, rever colegas em outro momento, em que a maturidade nos confere o estatuto de pessoas centradas e de bem consigo, vai ser muito bom. Espero que esse grupo não se estinga, e sim se fortaleça a cada encontro, que espero sejam muitos, e que os laços possam se fortalecer e transformar em grandes parceiros desta viagem que a vida nos proporciona.
Ótima semana!
Rosane Machado
Mestranda em Estudo sobre as Mulheres, Gênero e Cidadania pela UAB de Portugal.
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