A meditação, a terapia, ou qualquer outra ferramenta de autoconhecimento não é como muitas pessoas pensam um processo de concentração, é um processo de expansão.
É preciso certo grau de disciplina e muita coragem. Quem experimenta se conhecer e evoluir se depara com os aspectos mais feios de si mesmo. Não é incomum, se apavorar. Para conquistarmos sabedoria, precisamos trazer a tona o que muitas vezes queremos colocar por baixo do tapete e isso incomoda.
Por isso, no início desse processo, apesar de estarmos ali, bonitos na posição de lótus, pensamos em qualquer besteira e nos distraímos com qualquer inseto que aparece na nossa frente ou com qualquer outro pensamento que faça nossa mente fugir para o externo de nós. No caso da terapia, aparecem todos os tipos de resistência: faltamos, atrasamos, desmarcamos.
Dá pra entender o motivo de tanta fuga. É duro e poucos conseguem admitir que muitas vezes ferimos, omitimos, mentimos ou maldizemos por pensamentos ou ações a nós mesmos e as pessoas que estão a nossa volta e que amamos.
Mas essa análise de consciência, longe de ter a ver com culpa, tem a ver com aprender a nos relacionarmos com nós mesmos e com os demais com mais transparência e verdade, demonstrando os erros e reconhecendo a capacidade de modifica-los.
Quando não estamos conscientes de nós e das nossas responsabilidades, ficamos vítimas das circunstancias e dos outros. Projetamos nossa satisfação, insatisfação; felicidade e infelicidade; bem estar, mal estar. O benefício desse mergulho é que aprendemos outras formas de pensar, fazer, ver e sentir as mesmas situações e “problemas”, nos tornando mais flexíveis pros próximos desafios da vida.
Juliana W. Soeiro
Psicóloga
CRP 07/26220
Contato: ju_soeiro@hotmail.com; 981345357
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