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Reflexões sobre um filme

Você já assistiu ao filme “O sorriso de Monalisa”? A história ocorre na Faculdade de Weslleley no ano de 1953, um modelo de educação tradicional que prepara jovens para desempenhar seu papel de esposa e com isso não pensar em outra possibilidade. Entretanto, uma professora assume o cargo de artes e traz consigo, além de conhecimento, uma forma diferente de as alunas pensarem a respeito de que caminho deveriam seguir. Claro que suas ideias geram polêmicas, mas com isso surge uma nova proposta de vida que não apenas a de dona de casa. Quatro amigas e sua trajetória ilustram o papel da mulher nesse período, seus conflitos e dúvidas comuns a todas nós. Uma delas se opõe às ideias da professora, relatando que foram feitas para exercer o papel ao qual nasceram: o de dona de casa. Quando recebe em sua casa a visita de um casal, leva para a cozinha sua amiga e feliz abre uma porta com duas máquinas de lavar e passar, era o desejo de todas elas, pois iria facilitar na jornada de dona de casa. Porém, no desenvolver da história, se decepciona com seu marido, que costuma viajar com frequência, deixando-a sozinha. Ao buscar a ajuda da mãe e manifestar o desejo de dormir uma noite em sua casa, recebe uma resposta fria: “dê meia-volta, vá a sua casa, ajeite seu cabelo e espero seu marido. O casamento requer sacrifícios de todas nós”. Incrível ao que tinha que se submeter a mulher. Muitas permaneciam nessa situação sem ter coragem de abandonar seu lar, com receio de ser vista como uma pessoa vulgar por não conseguir ser feliz no casamento. No caso do filme, a personagem resolveu romper com seu casamento e enfrentou a mãe, que pedia para não tornar pública sua situação, que esperasse mais um ano, pois ela e seu esposo também iriam colaborar. Outro exemplo é de uma colega que iria se casar, mas queria fazer a faculdade de Direito. Com ajuda da professora, que a incentivava a se inscrever em uma universidade, conseguiu uma vaga, porém seu futuro esposo expõe que seria impossível ela se deslocar a tempo de vir servir o jantar às 17h. Estas são histórias que mostram uma realidade não tão distante assim que eu adoro dividir com vocês, pois nos leva a refletir sobre nossa condição na atualidade, nossas conquistas e avanços. Hoje podemos estudar, fazer escolhas, renunciar sem sentir culpa, porque a sociedade não mais nos condena, deixando-nos livre para trilharmos nosso caminho.

Ótima semana!!!

Rosane Machado

Mestranda em Estudo sobre as Mulheres, Gênero e Cidadania pela UAB de Portugal.

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