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Reflexão sobre os dias atuais


Esta semana uma repórter fez um comentário que me deixou chocada. Disse que já atingimos o pico da pandemia com 1.000 mortes diárias. Agora, a tendência é ir diminuir gradativamente. O referido número 1.000 significa que 1.000 pessoas deixaram de existir, passaram apenas a ser contadas, incluídas num aglomerado de dezenas, centenas, milhares de indivíduos que perderam o direito de serem identificados como seres humanos. Deixaram de ser vistos como alguém que viveu, se emocionou, teve inúmeras expectativas, encontros, perdas, superações.

Qual será o nome da décima pessoa da lista do dia, de que região, como foi sua história até o momento em que foi acometida pelo vírus?

Peço desculpa por insistir no tema, mas somos invadidos diariamente por notícias sobre o tal vírus e, por mais que tentemos nos proteger do bombardeio de informações, às vezes somos surpreendidos com uma frase que desconcerta, mas com certeza nos leva a refletir. Escutei também que uma pessoa idosa, com a pandemia, está perdendo dez anos de sua vida, antecipando sua despedida terrena.

São tantas as informações que é preciso verificar sua fonte. Além disso, tome cuidado para não acreditar em fake news e não fique o dia inteiro assistindo a programas que a deixam desanimada. É importante ter conhecimento, estar a par do que ocorre no mundo, mas ficar o dia presa a essas notícias poderá ser prejudicial.

Quando me sinto entristecida, coloco uma música, começo a dançar e cantar, assim no final já sou outra pessoa. Alienada? Não, apenas conheço o meu limite, até onde posso suportar as tantas emoções dos últimos tempos, que considero sombrios como nunca tinha visto. Cuide-se, proteja-se, mas também seja solidária, pois muitos estão precisando da nossa ajuda, nossa escuta. Lembre-se que um simples sorriso poderá fazer toda a diferença.


Rosane Machado Mestranda em Estudo sobre as Mulheres, Gênero e Cidadania pela UAB de Lisboa

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