Já tiveram a sensação de estar fazendo aniversário, mas não ter muito entusiasmo com isso? Tô me sentindo assim e é novo, pois sempre fui animada com aniversários. Amanhã é o “meu” dia e pode ter a influência de ser uma quarta feira em que vou trabalhar, mas sinto que deveria estar mais feliz com essa data. Afinal, foram 2 anos de pandemia e é a primeira vez que dá pra comemorar de fato. Seria um festejo 3 em 1.
Convidei os amigos, a família, vai ter bolo, vai ter docinho, e uns bons drinks… Só isso já vale muito, mas estou me sentindo em dívida comigo mesma, como se eu precisasse ter feito coisas que ainda não fiz e nem sei que coisas são essas. Talvez ganhar mais grana? Eletrodomésticos melhores? Ter um carro na garagem?
Tenho oscilado entre a sensação de bem estar com a simplicidade de vida em que vou fazendo o que tenho vontade e a necessidade de ter planos, dinheiro guardado, bons investimentos e uma barriga trincada. Ter um “meio-termo” dessas duas ideias vai me fazer chegar onde eu quero? Fazer esse esforço pra esses planos, vai me fazer feliz no dia-a-dia? São muitas perguntas sem resposta. A única coisa que me vem é: seguir tentando conciliar.
Preciso reconhecer os caminhos que já percorri: sou uma mulher muito mais segura, independente, consigo ter uma rotina mesmo sendo autônoma, saí de lugares e relações que eram muito danosas para mim; consigo dar limites pras pessoas com mais facilidade, tenho uma melhor organização da minha casa, do meu dinheiro e estou mais conectada com os valores que são realmente importantes pra mim.
O tempo é valioso. Talvez por isso a ansiedade, a angústia e a vontade de tomar decisões acertadas, mas bora errar um pouco mais? Não digo isso pra fazer uma apologia ao fracasso (seja lá o que fracasso signifique) mas pra (me) dizer que tá tudo certo tatear caminhos e ter alguns enganos nessa trilha.
Desejos para esse ano? Amar; ter coragem; saber começar e saber sair, mas principalmente, saber curtir a jornada.
Juliana Wesendonk Soeiro
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