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Rede de apoio na quarentena


Essa semana conversei com várias amigas e fiquei feliz de tê-las “perto” de mim. Ao mesmo tempo triste por tê-las tão distantes. São mulheres que compõe os pensamentos que eu escrevo. Nasci e cresci ouvindo as mulheres e sigo ouvindo para tentar aprender, antes eram as mulheres que me criaram, agora, além daquelas, são as mulheres que eu cultivei por perto.

Cada mulher guarda uma sabedoria sagrada, no seu jeito de falar, de andar, de agir. Não necessariamente no que diz, mas como o transmite. Essas mulheres magníficas me falaram de alguns assuntos importantes que tem rodado feito brinquedo kamikaze na cabeça delas. Coincidentemente ou não, o que gira na cabeça delas é uma crise existencial, nada desesperador, explico...

Estão pesquisando o que estão fazendo, como estão fazendo, o que estão falando e se podem ou não falar isso ou aquilo. Ressoa bastante com o que sinto aqui. Uma delas fez uma metáfora de que estávamos em tempo de plantar sementes e perguntou se no meio dos meus devaneios tinha conseguido criar raízes.

Eu disse para ela que as minhas dúvidas tem sido as minhas raízes, porque as certezas todas tinham falhado. Falei também que outras raízes poderiam ser os meus valores e acho que são de fato, mas hoje escrevendo esse texto percebo que as minhas raízes são meus vínculos, principalmente as minhas amigas mulheres.

Sem elas e sem esse apoio mútuo de quarentena, onde estaríamos? Só posso criar raízes com sementes potentes, como essas amigas que eu tenho.

Uma me ajuda me dando aulas de exercícios 3 vezes na semana, outra conversa comigo sobre trabalho, outra fala bastante sobre a luta feminina, sobre as nossas relações, outra me atenta a questões políticas que eu não tinha pensado, outra anima fazer umas lives divertidas, outra me manda um oi e já basta pra eu saber que ela tá ali comigo...

Assim nós vamos, sem saber muito bem como vão ser as nossas vidas. Somente com a certeza de que independente do que aconteça, vamos estar sustentando, como boas raízes umas para as outras.


Por Juliana Soeiro


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