Se pararmos para pensar, fomos ensinadas desde sempre a sermos fortes, a não demostrarmos nossa sensibilidade, que sempre foi vista como sinal de fraqueza. Mesmo em tempos onde as mulheres não tinham participação direta na política e na economia, por exemplo, éramos ensinadas por nossas mãe a sermos fortes. Fomos educadas para sermos fortes diante de um mundo que não ouvia e ainda não ouve nossa voz. Continuamos sendo fortes para criar nossas filhas dentro desse sistema cíclico e injusto, que atravessa gerações. E fomos ainda mais fortes, para suportarmos sozinhas todas as adversidade que implica o fato de nascer mulher.
Esse sentimento não se dissipou com o passar dos anos, ao contrário, aumentou, diante da necessidade de sermos ainda mais incisivas em nosso posicionamento. Passamos a lutar , cada vez mais, por nossos direitos básicos, inimagináveis anos atrás. Diante disso, nós nos impusemos a condição de que somos multitarefas, isto é, criamos o mito da ” Mulher Maravilha”. Mas será mesmo que precisamos ser assim? Será que não podemos nos permitir “cair” quando o fardo estiver pesado demais? Será que não devemos, por mais difícil que seja, pedir ajuda?
Sabemos que a ” obrigação da fortaleza” nos acompanha desde o dia em que nascemos e que esse legado de força descomunal nos é passado de geração para geração. No entanto, quando falamos em igualdade, talvez nos esqueçamos de que o significado da palavra IGUALDADE, dentre tantos, é paridade. Isto é, devemos estabelecer uma relação de paridade com nossos companheiros (as), familiares, amigos, para dar um basta na ideia de que existem tarefas femininas e masculinas, de que os homens não são capazes de cuidar de sua própria casa e filhos. Vamos aprender a dizer “Eu não posso fazer tudo sozinha”, porque, de fato, não podemos. E por mais difícil que pareça, está tudo bem em não conseguir dar conta de tudo. Vamos quebrar esse ciclo vicioso?
Talvez seja um exercício diário e que necessite de tempo, mas é algo viável. Sinto que por vivermos em combate por tanto tempo, esquecemos que algumas vezes precisamos tirar nossa armadura de super mulher e relaxar. Por mais difícil que ainda seja, sei que isso não nos tornará incapazes ou negligentes. Ao contrário, é uma maneira de demostrar nossa importância e amor próprio.
Que tal passarmos a entender que talvez nem tudo esteja ao nosso alcance e que não podemos abraçar o mundo inteiro com nossos braços? É um aprendizado árduo, que demanda tempo e dedicação, mas vai valer a pena, afinal você é sua maior prioridade!
Amanda Alves
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