SERÁ QUE QUERO SER MÃE?
Mãe, palavra de três letras carregada de significado. Identidade que não nasce fazendo parte da nossa personalidade feminina. É muito provável que no desenvolver da maturidade ao longo dos anos, o instinto maternal aflore e nós queiramos exercer a função mais primitiva dos seres humanos: reproduzir. Quando é o momento ideal?
Era praticamente impossível uma mulher controlar a sua gravidez até agosto de 1960, quando então a pílula anticoncepcional foi inventada. Foi o início de uma revolução sexual e principalmente a liberdade de escolha em querer ou não ter filhos.
É natural que haja algum nível de cobrança por parte da sociedade para que famílias multipliquem-se e gerem descendentes. Afinal, é assim que se perpetua nossa espécie. Esse conceito de família imposto pela nossa cultura judaico-cristã, em que todos devemos casar, ter filhos e vivermos assim felizes-para-sempre vem sendo muito questionado nos dias atuais . Por quê? Simplesmente pelo motivo de que não serve para todo mundo. Serve para algumas, não para outras. Existem muitas mulheres que não tem nenhum desejo de serem mães e resoluções como esta são cada vez mais respeitadas.
No fim das contas, qual é o melhor momento para sermos mães? Entre os 20 e os 30 anos, faixa etária em que os médicos já comprovaram que os óvulos estão em seu auge para serem fecun-dados? Ou então pela faixa dos 35 a 42 anos quando já atingimos um relativo sucesso profis-sional e alcançamos um bom nível de maturidade na relação com nosso parceiro?
Não existe resposta correta para isso. A maternidade sempre despertou medos, dúvidas e angústias em todas nós. Nos dois casos acima existem os prós e contras. Ser uma mãe jovem pode garantir uma saúde física melhor para mãe e filho, a mulher estará mais disposta e com muito mais energia para os cuidados que o bebê e uma criança pequena exigem, e depois que o filho crescer, nós ainda teremos muito tempo nas nossas vidas para nos dedicarmos a nossa profissão ou outras atividades que nos deem prazer.
As vantagens de ter filho perto dos 40 anos é que seguramente já teremos atingido um equilíbrio econômico financeiro, realização profissional, conquistado muitas coisas que satisfaçam e principalmente, já se conheça mais. Esse é o ponto.
O importante é estarmos seguras do que queremos, somos livres para administrarmos nossas escolhas. Não precisamos fazer nada por obrigação imposta por outra pessoa ou família e sociedade. É natural e saudável questionarmos as consequências da maternidade quando ela é planejada. Um filho na vida de um casal provoca mudanças de grandes proporções e se ambos, mas principalmente a mulher não estiver preparada para lidar com essas modificações, o risco de emoções negativas ganharem força é muito alto.
Obviamente as alterações das rotinas de uma família se fazem necessárias quando um novo membro chega. Requer preparo e planejamento. As prioridades da vida de qualquer casal mudam. A vida profissional da mulher requer alterações e novas adaptações para que a conciliação entre família e carreira seja realizada com prazer e felicidade. Esteja em paz com tuas decisões e procure sempre desenvolver as melhores capacidades que existem dentro de ti, independente da idade e do momento.
Por Mileine Vargas
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