Estes dias, fui ao supermercado e me esqueci de colocar a máscara. As pessoas começaram a me olhar com repreensão, então me dei conta que estava sem ela. Confesso que me senti como se estivesse sem uma roupa do corpo. Rapidamente, voltei para o carro, mas antes o gerente fez um sinal com as mãos de que eu estava sem o acessório. Esse episódio fez com que eu parasse para refletir sobre o real significado de usá-la.
A máscara está sendo usado de várias formas. Para poder ingressar num local, como mera obrigação, ou realmente com todo o cuidado necessário que requer. É preciso cuidar a forma de manuseá-la com cuidado, para não se contaminar. Além disso, há pessoas que resolveram transitar sem ela, como se estivessem em um outro contexto, ou nos tempos em que podíamos andar despreocupados.
A verdade é que países onde a velha rotina foi retomada, com escolas, bares e restaurantes abertos, estão precisando retroceder, alguns até com toque de recolher. No meio de incertezas de quando isso vai acabar, permanecemos nesse abre e fecha, gerando desconforto e ansiedade para quem sobrevive do comércio. Muitos perderam empregos. As sinaleiras estão repletas de pessoas com cartazes criativos, pedindo ajuda, estão com fome, precisam sobreviver. Outros continuam confinados em seus lares, pois acreditam que ainda há risco de se contaminarem.
Devemos entender que somos diferentes na forma de ser e agir, entretanto, neste momento de pandemia, é imprescindível cuidar não só de nós mesmos, mas também do outro. Precisamos ter consciência, respeito e empatia.
Rosane Machado Mestranda em Estudo sobre as Mulheres, Gênero e Cidadania UAB Lisboa
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