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Qual o sentido da vida pra você?

O sentido da vida constitui um questionamento existencial acerca do propósito e significado da existência humana. Há uma quantidade inumerável de possíveis respostas para “o sentido da vida”, frequentemente relacionadas ou com a religião ou com a filosofia, que fazem parte dessa dialética abstrata que permeia nossa existência.

Opiniões sobre o sentido da vida podem por si próprias se distinguir de pessoa pra pessoa, como também pode variar no decorrer da vida de cada um de nós. Do dia do nosso nascimento ao dia da nossa morte, o sentido da nossa vida e as escolhas que fazem parte dessa busca variam, se perpetuam ou modificam. Porém, mesmo diante do todo nosso avanço tecnológico, intelectual, pessoal e social, ainda não há um consenso sobre os aspectos que fazem a vida totalmente plena.

Para algumas pessoas o sentido da vida está na estabilidade financeira e intelectual, quando conseguimos aliar nosso sucesso profissional/acadêmico ao sucesso financeiro.

Para outras pessoas o sentido da vida está na estabilidade emocional e espiritual, mesmo que a estabilidade financeira não seja a vislumbrada como a ideal.

Ainda, para algumas pessoas o sentido da vida  é uma incógnita,  um assunto pouco debatido ou pensado. Porém, algo que podemos certamente determinar como comum a todos, independente de religião, é que o ser humano por natureza sempre buscou algo. Internamente, sempre fomos motivados por algum tipo de redenção, conforto, aceitação. E o que seria, de fato, esse sentimento de constante busca? Será que não seria justamente nossa busca por aquilo que torne nossa vida, isto é, nossa existência plena?

Desde sempre me questionei sobre todas as nuances que fazem parte da vida. Sempre ouvi dizer que “existem mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”. Nesse sentido, sempre fui tomada por essa angústia de tentar entender o que esse sentimento significava pra mim. Obviamente que com 10, 15, 18 anos ainda não sabia nomear essa inquietude, mas ela sempre esteve lá. Mesmo hoje, com 28 anos e com uma vida de certa forma normal, estável, ainda busco entender o sentido da minha existência e o que motiva cada acontecimento.

Felizmente, cresci com uma mãe extremamente espiritualizada, mística, aberta no sentido mais lindo da palavra… Ela sempre me dizia que nossa vida era feita de ciclos, de recomeços, novas chances. Lembro de ainda pequena perguntar: “Então nós sempre vamos voltar mãe?”. E ela, com toda a sua sabedoria, me dizia que sim, quantas vezes fosse necessário. E então, quando não houvesse mais necessidade de voltar, nossa jornada aqui terminaria.

Pra mim, entender esse ciclo da vida, sempre foi essencial. Hoje, mais do que nunca, diante de uma nova virada, de uma nuance um pouco amarga da vida, que é a perda de um ente querido, esse questionamento ficou mais forte e com um propósito maior. Quando o ciclo da minha heroína, minha amada mãe, aqui findou, meu primeiro pensamento foi: Afinal, qual o sentido da vida?

A vida dela com certeza foi plena e recheada de signos, nuances, novas viradas. Acho que se pode dizer que foi uma vida significativa, portanto plena.

E então fiquei me questionando sobre o que é esse tal sentido… Afinal, será que não podemos buscar o sentido da nossa vida por meio de nossas realizações? Sejam elas quais forem? Pode ser um curso de costura, culinária, sapateado… Pode ser ler Grande Sertão Veredas de Guimarães Rosa ou Ulisses do Joyce ( ambos fazem parte da minha lista mental de realizações). Ainda, pode ser aprender a nadar, andar de bicicleta, dirigir quem sabe?

Acredito piamente que os nossos desejos são nossos instintos mais antigos nos mostrando resíduos dos nossos ciclos anteriores… Pare pra pensar em algo que você sempre quis fazer, mas nunca conseguiu explicar o motivo. Viu só? São nossas memórias anteriores.

As ouça com mais frequência!

Eu, por exemplo, tenho um desejo absurdo de cavalgar, aprender a atirar com arco e flecha. Sempre tive esses desejos e nunca entendi o motivo… Hoje eu sei que são partículas minhas de uma outra vida, um outro ciclo… E essa é a beleza de apreciar os pequenos atos de felicidade da vida, isto é, ouvir com paciência seus desejos, focar ao máximo em realizá-los. Talvez esse seja o despertar para o início da sua busca por aquilo que dê sentido a sua vida.

A felicidade, de modo empírico, é algo que faz parte dessa busca pelo sentido da nossa vida. Será que o pragmático sempre deve prevalecer ao subjetivo? Quantos de nós  está infeliz desempenhando um trabalho que não nos acrescenta em nada? Quantos de nós está infeliz vivendo um relacionamento movido por convenções, comodidade e medo? Será que arriscar partir em busca da nossa felicidade pessoal não seria também uma maneira de entender e agarrar a nossa vida e o sentido dela?

Todo ser humano, por natureza, deseja viver uma vida com sentido…Todos queremos viver uma vida que faça sentido, que valha a pena, que tenha valor em si mesma. A necessidade de sentido é uma necessidade espiritual (e não estou falando de nenhuma religião, mas do apego algo maior, seja o que for pra você).

Se para você, o sentido da sua vida é aprender a tocar um instrumento, ótimo! Vá atrás daquilo que te faz bem. Talvez seja aprender um novo idioma, aprender a dançar, quem sabe? A grande verdade é que a vida é fugaz, ela escorrega entre os nossos dedos. Passamos tempo demais acreditando que sempre haverá mais e que sempre teremos mais tempo. Mas o tempo é mutável, ele se transforma, foge, escapa. E aí, um belo dia, a nossa vida se foi.

Nessa linha, temos um novo ciclo se iniciando… Um novo futuro nos espera ali na esquina. E o que iremos levar do ano que passou? Como iremos mudar o ano que ainda nem começou, mas que vem carregado de novas vibrações?

Sempre que um novo ano se pronuncia, pesamos todos os pontos do ano que passou, pesando prós e contras, analisando nossas escolhas. Porém, a grande questão aqui é primeiramente conhecer a ti mesmo, entender sua essência, suas emoções, o que te motiva e move. É buscar naquilo que dá sentido a tua vida a capacidade de enfrentar os medos, os obstáculos, os desafios, com único intuito de ser alguém pleno dentro daquilo que significa plenitude pra ti.

Pode ser a coisa mais simples, não importa! A única coisa que importa é a tua realização pessoal e espiritual, seja qual for sua crença. A tua felicidade mais genuína é chave para entender o sentido da vida.

Que esse futuro que está quase nas nossas mãos possa nos dar a coragem de buscar nossa felicidade! Até a próxima irmãs!

Por Amanda Alves Rodrigues

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