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Precisamos enfrentar o medo de deixar a guerreira de lado

Já falamos sobre a importância de deixar doer e de como é preciso entender nossos medos para que possamos avançar nesse processo de imersão. Porém, precisamos entender que por vezes é necessário enfrentar o medo de deixar a guerreira de lado. Nós estamos cansadas e a guerreira também está!

O processo de autoconhecimento é um movimento em constante andamento porque ele te acompanha e você muda. Graças a Deusa-Mãe que nós mudamos, que nossos ciclos se renovam e que nosso amadurecimento acompanha esses ciclos.

Todo esse processo é um hábito que você deve praticar diariamente, como tudo na nossa vida. Talvez você esteja se perguntando como exercitar algo tão abstrato, certo? Porém, não precisamos ir muito longe para encontrar a nossa mulher selvagem, não precisamos nos distanciar do que somos para entender nosso processo de imersão que é natural, orgânico e intuitivo.

Você sabe do que precisa e seu corpo te dá sinais de como identificar essas necessidades. Porém, encontrei alguns atalhos que me ajudam nesse processo e que talvez possam servir pra você, aí do outro lado da tela, que também está passando por essa redescoberta.

Experimente:

  1. Ficar sozinha quando sentir que precisa reiniciar seus sistemas;

  2. Encontrar sua maneira de meditar (a minha é no banho, principalmente o matinal);

  3. Encontrar alguma atividade que te faça despertar outros sentidos, como leitura, yoga, apenas deitar em silêncio, corrida, caminhada (tente caminhar sem ouvir música, apenas escutando a tua respiração, prestando atenção nas coisas que normalmente você não percebe);

  4. Se você é mais falante, aprenda a ouvir mais. Se é mais tímida, aprenda a falar mais (esse foi um dos pontos que mais desenvolvi nos últimos anos. A minha versão mais jovem teria orgulho de como uso a minha voz hoje);

  5. Abrace a sua vulnerabilidade (esse é um dos pontos mais importante, ao menos pra mim).

Percebam que não são coisas mirabolantes e complicadas, são coisas simples e que estão ao nosso alcance. Além disso, quando abraçamos nossa vulnerabilidade, entendemos a origem dos nossos sentimentos, ouvimos os sinais que o corpo nos dá, apreciamos a beleza da fugacidade da vida, como poder se acalmar com o controle da respiração, com o som das coisas e com a liberdade de poder transbordar.

Cabe aqui um muito obrigado a todas as mulheres fortes a minha volta que me fizeram entender a importância de deixar o coração transbordar. Vocês me salvam a cada dia, irmãs!

Para finalizar, trago um trecho de um dos textos mais potentes e lindos da grande Bell Hooks. Trata-se do texto “Vivendo de amor”, traduzido por Maísa Mendonça do portal Geledés: “Muitas vezes confundimos o reconhecimento de nossas emoções com o desejo de se manter em controle. Quando ignoramos nossas reais necessidades, a tendência é nos fragilizarmos, nos tornarmos vulneráveis e emocionalmente instáveis. As mulheres negras se esforçam muito para esconder essa situação.

Quando nós, mulheres negras, experimentamos a força transformadora do amor em nossas vidas, assumimos atitudes capazes de alterar completamente as estruturas sociais existentes. (…) Quando conhecemos o amor, quando amamos, é possível enxergar o passado com outros olhos; é possível transformar o presente e sonhar o futuro. Esse é o poder do amor. O amor cura.”

Desejo fortemente que em 2020 o afeto nos cure! Até a próxima!

Ps: Para meu amigo, João, obrigado pelo afeto que me curou. Siga tão afetuoso nesse plano astral lindo em que sei que você está agora.

Por Amanda Alves Rodrigues

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