top of page

Piloto automático

Esses dias eu estava caminhando a pé, o que faço muito agora que estou sem carro. Quando já estava em uma parte significativa do trajeto, me dei conta no meio do caminho que estava fazendo uma rota gigante. Eu tinha acionado o piloto automático mental e fiz o caminho do carro, como se fosse o único possível.

Caminhei bem mais, acho que uns 20 minutos a mais do que eu poderia ter feito, só porque eu só estava indo por caminhos que tinha mão dupla, ou o sentido do carro que eu estava seguindo. Foi um exercício físico bom pro meu corpo, mas não tinha exercitado nem um pouco a minha mente.

A partir do momento que percebi que tinha gastado a sola do meu sapato e suado além da conta em trajes nada esportivos, fiquei pensando em todos os comportamentos e pensamentos que repito automaticamente apenas por hábito.

Sem cogitar alternativas possíveis, fazemos a mesma rota de pensamento: “sou assim, isso é assim, aquilo é tal coisa, fulana(o) é assim, a empresa tal é boa, tal restaurante é ruim”.

Nem nos damos o trabalho de duvidar do caminho mental que estamos fazendo, na mutação das coisas, na melhoria e nas diferenças que ocorrem nas pessoas todos os dias. Preferimos as conexões viciosas dos nossos axônios e dendritos a construir um neurônio novo.

O automatismo mental não abre espaço pra dúvida, pra reflexão, pra mudança. E é justamente a dúvida, por mais medo que ela possa nos gerar, que faz o movimento. Ainda que o caminho nos leve todos a um mesmo lugar, somos capazes de escolher a que forma queremos chegar e quanto tempo queremos gastar no mesmo padrão suado, cansado e desgastado. Juliana W. Soeiro

Psicóloga

CRP 07/26220

Contato: ju_soeiro@hotmail.com; 981345357

Comments


bottom of page