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Patinho feio, tábua de passar.


Ontem fiz uma enquete despretensiosamente pretensiosa que dizia que a tabua de passar era uma prancha de surf que conseguiu um emprego de adulto (kkk). Apesar de ser engraçado, irônico, é a graça na desgraça. Perguntei se as pessoas se sentiam na vida tabua de passar ou prancha de surf e muita gente respondeu que se sente tábua de passar e imagino que não estejam muito felizes nessa condição.


Não tô falando aqui pra quem ama ser tábua de passar. Se você ama ser tábua de passar é praticamente se você surfasse nessa condição. Então, correlacionei essa ideia de “perseguir os sonhos” ou “deixar eles de lado” com o capítulo 6 do livro Mulheres que correm com lobos: O patinho feio.


Mesmo quem não leu o livro ou esse capítulo conhece a história do patinho feio. O patinho feio é essa prancha de surf que tenta ser tábua de passar: quanto mais tempo permanece na condição de pato, mais perdido e afastado da sua alma de cisne.


Percebo muito isso na história de muitas pessoas: pra não serem vistos como diferentes ou estranhos, permanecem seguindo um trabalho que não realizam os seus anseios de alma. Fora isso, existe a necessidade de ter dinheiro, de se sustentar - o caminho do “sonho” parece não atender esses requisitos.


É válido permanecer em um trabalho que paga as tuas contas e nem sempre vamos estar apaixonados pelo trabalho que fazemos. Porém, mesmo em trabalhos tradicionais acredito que seja possível imprimir um jeito inovador de fazer isso.


Todos os trabalhos podem cair numa monotonia e virarem tábuas de passar, mas mesmo em trabalhos mais tradicionais é possível modificar a FORMA. Na minha profissão mesmo, vejo psicólogos que fazem o trabalho de um jeito tabua de passar e psicólogos que fazem o trabalho estilo prancha de surf e isso faz toda diferença.


Modificar a forma de trabalho é honrar a diferença de ser cisne num mundo de patos. Pode dar medo de agir assim, pois é mais que humano querer ser legitimado e pertencer à sociedade, mas a que preço.


Pode ter gente que se afaste dessa tua nova maneira de ser, de agir, de te colocar no mundo do trabalho, só o patinho feio sabe como ele sofreu nessa busca, mas a recompensa é finalmente encontrar a tua família de cisnes. Como diz a Clarissa sabiamente: “Quem tem a visão lenta diz que o rebelde é uma praga para a sociedade. No entanto, ficou provado com o passar dos séculos que ser diferente significa estar no limite, significa ser praticamente garantido que essa pessoa vá fazer uma contribuição original, uma contribuição útil e espantosa à sua cultura”. Obrigada Clarissa.


Juliana W. Soeiro

CRP 07/26220

Contato: 51. 989264043

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