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Para sempre Violeta.


Uma das minhas artistas favoritas é a Violeta Parra, acho que isso não é mistério para quem me acompanha por aqui. Já fiz vários posts sobre ela, que me inspirou muito a dar os primeiro passos de mochileira, vamos assim dizer, mas segue me inspirando sempre que escuto e leio algo sobre a sua vida.

Esse final de semana escutei um álbum da artista que há muito tempo não ouvia, mas anos mesmo....comecei a me conectar comigo novamente, a lembrar da Gabi que foi para o Chile de Gabi que hoje mora em SP há 3 anos. Então pensando nisso, leitor, reescrevo o primeiro post que fiz aqui no blog, já que ela é a culpada de tudo, se você não sabe que mosquitinho me mordeu para eu querer tanto sair batendo perna por ai, te conto agora.

Sempre fui muito apegada as coisas e principalmente a pessoas. Amigos, familiares, até da rotina eu não abria mão. Todo dia era, aula, trabalho, casa. Na época eu namorava, então às vezes a rotina incluía, casa e passeios com o namorado. Nada além. Isso era mais ou menos 2012 e eu amava essa vida de namorada, estudante. Fazia poucas festas, me afastei de alguns amigos, sonhava demais. O namoro termina, levo um belo pé na bunda, e penso e agora? Cabô vida! (que horror!) Mas era assim que eu me sentia, eu já tinha me esquecido de como era a Gabi antes do namoro, como eu conseguia? Como eu gostava de ficar sozinha? Como? Em meio a esses questionamentos, vem o sofrimento, vem choradeira, vêm os mais diversos tipos de pensamentos.

Entrei em crise de identidade e precisava me inspirar, achar algo que me motivasse, que me fizesse refletir sobre a minha situação. Era sexta-feira, lembro que fazia calor, mas ainda era inverno, minhas amigas me ligaram para a gente sair e beber umas por aí. Eu nego e escolho um programa mais caseiro, cozinhar e assistir um filme. Vou até a locadora – sim, eu frequentava a locadora – e ainda sem saber qual filme pegar decido que teria quer ser algum inspirador.


Busco na prateleira e encontro um que chama “Violeta se Fe a los Cielos”, um filme que conta a trajetória da artista chilena Violeta Parra. Preparo minha janta, abro uma garrafa de vinho. Dou play. Entre um gole e outro, paraliso no sofá, a comida esfria e só me dou conta que fiquei parada na mesma posição até o filme acabar, e ele acaba deixando uma pergunta no ar. Que mulher é essa? Que artista é essa meu Deus? Quantas coisas passou na vida e não se deixou abater ou melhor, transformou em arte. Visionária, forte, mulher latino americana, me deu um soco na cara para acordar e repensar a vida. E assim foi, passei a madrugada pesquisando sobre a sua vida, suas canções, suas obras. Acordei no outro dia, mexida, inquieta, Violeta havia cumprido o seu papel, eu já não chorava, eu já não lamentava. Agora eu quero voar, agora eu quero renascer. Percebi que havia um mundo de possibilidades para mim, que eu estava tão focada na tristeza e nos questionamentos que não percebi que era a oportunidade de me redescobrir mulher.

Decidi que queria viajar. Nunca viajei sozinha, tá aí a oportunidade. Mas além disso, gostaria de beber da fonte da artista que tanto me motivou. Decidi ir ao Chile. E dessa viagem sabia que a minha bagagem não voltaria vazia, mas eu precisava fazer alguma coisa com relação a esse momento tão inspirador. Demorou, mas eis que um dia me arrumando para sair, percebo que estou me achando mais bonita, mais forte, e me pergunto, como será que as mulheres estão se sentindo agora?

E essa pergunta veio a tona esse final de semana. Como estão as mulheres que me rodeiam? Como estamos mulheres? Que assim como a Violeta me inspirou que você se inspire e mim, nas mulheres que as rodeiam, no universo feminino que é tão lindo e poderoso. Que estejamos cada dia mais fortes e unidas.


Por Gabi

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