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Para ONU, mudanças climáticas são questão de gênero. A solução? Mulheres na política

Um relatório divulgado pelo Fundo para População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês) aponta que as mulheres são um eixo central para combater as mudanças climáticas. Publicado em 2009, o estudo mostra que as mulheres mais pobres em países menos desenvolvidos são as principais afetadas pelos clima, ao mesmo tempo em que são as que menos contribuem para o aquecimento global.

Isso significa que, ao contrário do que o nosso ministro das relações exteriores pensa, o aquecimento global não faz parte de uma trama marxista. Entretanto, ele pode ser, na verdade, mais um dos muitos efeitos de uma cultura machista.

Para entender como a desigualdade de gênero é um fator determinante para estas mudanças, basta analisar outro dado trazido pela UNFPA. Segundo a organização, que funciona como um braço da ONU, apenas 2,5 bilhões de pessoas recebem dinheiro suficiente para que seu consumo seja capaz de contribuir para as mudanças climáticas. Ou seja, o equivalente a US$ 10 por dia.

Isso significa que cerca de um terço da população responde pelas emissões de todo o globo – e apenas uma pequena fração é responsável por um enorme impacto ambiental. Nosso padrão de consumo tem grande influência em deixar o clima tão doido e nos presentear com a década mais quente da história.

O relatório cita uma pesquisa que aponta que mulheres são mais propensas do que os homens a morrer em desastres naturais, incluindo os relacionados a condições climáticas extremas. Essa diferença é “mais pronunciada quando as rendas são baixas e as diferenças de status entre homens e mulheres são altas“.

Uma das soluções apontadas pelo relatório para diminuir nossas emissões seria buscar cidades e estruturas públicas mais preparadas para uma vida sustentável. Isso inclui o foco em alternativas mais eficientes de transporte, moradia e utilidades, apontadas como as principais formas de consumo.

Mas há outra solução importante indicada pela organização. Segundo o documento, o investimento em empoderamento feminino, principalmente através da educação e saúde, reduz a pobreza ao mesmo tempo em que traz impactos positivos no clima. “Mulheres com acesso a serviços de saúde reprodutiva, incluindo planejamento familiar, têm taxas de fertilidade mais baixas, que contribuem para um crescimento mais lento nas emissões de gases do efeito estufa“, destaca.

Outro documento divulgado recentemente pela Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas aponta o caminho a seguir – e ele é cheio de GRLPWR!

“A participação das mulheres no nível político resultou em maior capacidade de resposta às necessidades dos cidadãos, muitas vezes aumentando a cooperação entre grupos e linhas étnicas e proporcionando uma harmonia mais sustentável. Em nível local, a inclusão de mulheres no nível de liderança levou a melhores resultados de projetos e políticas relacionados ao clima. Ao contrário, se políticas ou projetos forem implementados sem a participação significativa das mulheres, isso pode aumentar as desigualdades existentes e diminuir sua eficácia“.

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