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Para nunca esquecer


Ainda em Valparaíso, passeando, conhecendo, desfrutando e amando cada vez mais a cidade.  Fomos apenas passar o dia, chegando pela manhã e voltando para Santiago no final do dia. Dá super para aproveitar, pois a viagem é de apenas uma hora de uma cidade para a outra.

Caminhando por Valparaíso, enamoradas pelas casinhas coloridas e povo alegre e receptivo me dou conta que de todas as mulheres que fotografei não tinha ainda uma senhora, encontrei e fotografei muitas jovens, mas uma senhora com um pouco mais de idade não havia encontrado, então falo para a Carol, minha amiga, que essa será minha missão antes de voltar para Santiago. Com a máquina em mãos, saio à procura de uma mulher mais velha que me deixasse fotografar, como contei antes, não tínhamos roteiro, então estávamos bem faceiras caminhando por todas as ruas que nos dava vontade, entre um passeio e outro e nada de encontrar minha modelo.

Entramos em uma rua que achamos bonita e ela desembocou em uma praça, o dia estava lindo, várias pessoas na praça com os seus filhos, de longe vejo uma senhora de poncho roxo sentada em um banco tomando sol. Me aproximo e pergunto se posso fotografá-la, na emoção do sim acabo não falando que era para um projeto sobre a Violeta Parra, mas sim sobre mulheres chilenas, ela nega para a minha tristeza. Não insisto e pergunto para uma moça que está ao lado, porém conto que é para um projeto pessoal sobre a artista, a moça aceita, faço minha foto e agradeço, antes que eu vá embora a senhora diz que topa ser fotografada, fico muito feliz que ela repensou e faço muitas para não correr risco de alguma não ficar boa, pergunto seu nome para anotar no meu bloquinho e ela responde: Me chamo Maria Raquel Meza Parra. Exatamente, ela carregava o ultimo nome da artista e antes que eu perguntasse sobre o sobrenome ela me diz que foram primas. Eu quase não consigo acreditar e me sento ao seu lado para contar que estou lá por ela, por Violeta. Maria me conta que tem oitenta anos, que era agrônoma e que brincou muito com Violeta quando eram crianças, antes da artista se mudar para Santiago. Meu coração estava muito contente e a ficha ainda não havia caído. Mas ali, sentada ao seu lado me dei conta que já poderia encerrar ali minha missão no Chile. Já havia encontrado e fotografado muitas mulheres especiais que me trouxeram minutos de inspiração e alegria. Que presente!

Gracias a la vida, que me ha dado tanto!  

Por Gabi

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