O que o destino nos reserva?

Escutei estarrecida esta semana o depoimento de um pai relatando o que acontecera com seu filho que fora assassinado. Um jovem de apenas vinte anos de idade. Se fosse descrever todos os casos de pessoas de idades variadas que têm suas vidas subtraídas tragicamente, escreveria um livro, pois são inúmeras. Não pretendo aqui me ater a apenas um deles, mas, sim, falar da banalidade que a vida fora transformada.

Quando voltarmos nosso olhar para o passado e nos depararmos com crianças brincando na calçada no fim de tarde, irá parecer que estamos assistindo a um filme de ficção, onde a liberdade de transitar pelas ruas e avenidas era algo tão natural. Mas quanto mais distante fica essa realidade, mais prisioneiros nos transformamos, tendo sempre em mente a insegurança na qual estamos inseridos.

Nunca estivemos tão próximos da morte como agora, pois ao sair de casa tudo pode acontecer, inclusive não retornarmos mais. Não gostaria de ter que abordar o tema da violência, mas quando vi uma jovem de apenas quinze anos morta pelas próprias colegas em sala de aula, fiquei sem entender inicialmente o que poderia ter acontecido, confesso que não assimilei o fato ainda.

Essa incerteza do amanhã gera angústia, sofrimento antecipado por uma morte iminente que assombra nossos dias e gera instabilidade entre os indivíduos, tornando-os muitas vezes desestabilizados. O que podemos fazer se o caos se instalou e parece não termos quem cuide da nossa segurança? Sermos otimistas e crer que estamos amparados por uma força maior que irá nos proteger? O certo é que devemos diariamente nos despedir de quem amamos, olhar bem nos seus olhos, mesmo que ele(a) não saiba do nosso ritual. Vamos torcer que o respeito e o amor ao próximo voltem a fazer parte da vida das pessoas, somente assim essa dura realidade pode mudar.

Uma ótima semana!!

Por Rosane Machado

Mestranda em Estudo Sobre as Mulheres, Gênero, Cidadania e Desenvolvimento pela UAB de Portugal.