top of page

O perigo da história única

Fonte da Imagem: Nível Épico

Tive o prazer de conhecer a história de Chimamanda Adichie através de uma conferência. Começou a ler aos três anos e escrever aos sete. Os livros apresentados traziam personagens de cor clara e olhos azuis, britânicos e americanos, fazendo-a acreditar que talvez não existissem elementos encantadores nos livros com pessoas com sua cor chocolate. Nigeriana de classe média, fora apresentada a escritores africanos, que a salvaram de ter uma única história, podendo assim entender o que se passava em seu mundo tão restrito imposto por um estereotipização das identidades criadas a partir de agentes controladores.

Quando resolveu estudar em uma escola americana, sua colega de quarto a surpreendeu com perguntas que denotam, além de um preconceito, uma visão ímpar do continente africano. Seu olhar inicialmente transmitia pena, como se sua cor e origem definissem padrões de comportamento. Não quis saber sua realidade, fazendo julgamentos com base em seus registros apenas, que pareciam ser limitados.

Como diz Chimamanda, “o poder é a capacidade de contar história definitiva de outra pessoa”. Sua colega de quarto achou que seu país era uma “coisa” e assim o transformou.

Felizmente, ela tem uma força cultural, tendo sido autora premiada de três livros, que abrangem questões étnicas, de gênero e de identidade. E apesar das dificuldades vividas, em determinados momentos, os livros foram seus aliados na transformação dessa grande mulher, que conseguiu conquistar espaço numa sociedade que discrimina cor e gênero. Mesmo assim, hoje é referência e relata diferentes experiências de vida, produzindo uma complexa impressão de história e violência.

Que sua história sirva de exemplo para outras mulheres negras se empoderarem e mostrarem sua importância na sociedade, para assim vencerem o preconceito.

Uma ótima semana!!

Por Rosane Machado

Mestranda em Estudo Sobre as Mulheres, Gênero, Cidadania e Desenvolvimento pela UAB de Portugal.

Bình luận


bottom of page