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O machismo é maior que o sofrimento alheio


Você deve ter escutado os áudios de um certo deputado estadual, aqui não importa seu nome, que causou grande indignação nas mulheres. O referido senhor teria ido à Ucrânia, que vive em guerra, para ajuda humanitária. Entretanto, ao chegar lá, se desviou do seu propósito e assumiu sua postura machista. Comparou a fila de mulheres refugiadas com as inúmeras que desfilam em baladas. Não satisfeito, disse que as ucranianas são mulheres “fáceis de pegar”.


É inacreditável que uma pessoa não consiga compreender o que essas mulheres estão enfrentando. A sua capacidade de discernimento parece estar distorcida. Esse exemplo mostra o quanto as mulheres ainda precisam se defender, entender a situação com clareza para se desvencilhar de um relacionamento abusivo.


As ucranianas estão vivendo no meio da dor, do desespero e desamparo. Muitas tiveram que abandonar suas casas, seus maridos, fugindo da guerra, da incerteza, sem saber ao certo seu destino. Essas mulheres mostram sua fortaleza ao carregar por quilômetros seus filhos, cansadas, com fome, com sede, tentando apenas sobreviver e proteger seus filhos do desespero de viver uma guerra.


Felizmente, esse senhor não teve tempo de agir, voltou antes mesmo de atacar uma dessas mulheres, magoando-as mais do que já estão, mas planeja voltar no próximo ano, segundo relatou. Espero que até lá tenha aprendido a lição de que mulher se trata com respeito, e não como um objeto descartável, usado quando se bem entende. Que bom ouvir seus áudios para entender que ainda temos muito que fazer para desconstruir esse machismo estrutural que impera não somente no meio político, mas em toda a sociedade.


Imagem: Estado de Minas


Por Rosane Machado

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