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O machismo inscrito no pós-Mayer

Fonte da imagem: Revista Fórum

Li o depoimento do ator José Mayer em que busca justificar seu ato insano ao tentar, por mais de uma vez, ir ao encontro da redenção, pois pelo que coloca esse é seu comportamento, herdado de uma estrutura arcaica-patriarcal, que preconiza apenas o seu desejo, sem pensar nas consequências de seus atos. Revela ainda que pretende assumir outra postura, o que representa um começo promissor.

Por estar muito arraigado pelo uso desmedido em desqualificar a mulher e fazer dela apenas um objeto ou joguete em suas mãos, penso que ainda terão outras intercorrências pelo caminho e outras tantas mulheres se sentirão humilhadas e sem saber a quem recorrer. As mulheres não podem mais silenciar diante do assédio, atitude como desta figurinista deve ser seguida, pois incentiva outras mulheres a criarem autonomia e coragem para expor seu problema.

Vivemos um marco na história do machismo, em que atos de repúdio, mesmo que tímidos, são expressos por pessoas que se sentem sufocadas com os maus-tratos e, indignadas, se unem a esse movimento de mulheres.

Por isso, o poder inserido no contexto social atual pode ser um balizador para fortalecer o movimento feminista, que busca desde sua origem estabelecer uma construção científica alicerçada na verdade das mulheres, podendo assim inferir parâmetros para ajudá-las a ter uma vida digna e consciente de seus atos. Auxiliam, assim, que não se intimidem em situações de opressão e que consigam superar a barreira da vergonha e o receio de se expor.

Entretanto, percebo que muitas mulheres se afastam de se apropriar de sua própria história delegando sua existência a alguém que as conduza. Como então reforçar a importância de ser mulher numa perspectiva hegemônica, se ainda muitas vivem a égide de um redentor?

Uma ótima semana!!

Por Rosane Machado

Mestranda em Estudo Sobre as Mulheres, Gênero, Cidadania e Desenvolvimento pela UAB de Portugal

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