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O flagrante de um abuso de criança

Na semana que passou, fui surpreendida por um vídeo que apresentava um homem abusando sexualmente de uma criança dentro de uma rede de supermercado enquanto muitas pessoas transitavam pelos corredores. Depois vim a saber que a menina tem apenas cinco anos de idade. Inicialmente, fiquei perplexa, mas à medida que o vídeo ia passando e aquele homem seguindo-a e a colocando em um local que favorecesse a ação, ficou claro que se tratava de um ato perverso que talvez tivesse um desfecho pior, pois a mãe disse que o senhor tinha uma bolsa com sacos de lixo e a fez criar situações que até hoje a deixam intranquila. Tudo poderia ter acontecido, mas felizmente essa pequena conseguiu retornar à mãe e com certeza terá apoio dos familiares e de profissionais que a farão entender o ocorrido sem causar traumas.

Fico pensando em quantas crianças diariamente passam pela mesma situação sem ter coragem de denunciar o ocorrido por vários motivos e carregam consigo dúvidas e incertezas sobre isso, deixando livres indivíduos que deveriam pagar severamente pelos seus atos, pois o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) considera abuso qualquer tipo de toque no corpo da vítima.

O desejo sexual é inerente ao ser humano, entretanto, por algum fator ainda desconhecido, existem pessoas que sofrem alterações e sentem desejo sexual por criança, uma doença que se caracteriza por uma compulsão sexual que os impede de raciocinar e os fazem agir em lugares públicos, como no exemplo citado. Essas pessoas podem estar muito próximas dos lares, até entre familiares, pois aparentemente são “normais” e acima de qualquer suspeita. Infelizmente, é mais comum do que se imagina.

Como então proteger as crianças de sofrerem algum tipo de abuso? É preciso estar vigilante e observar algo estranho nos locais onde o(a) filho(a) frequenta, desde escola até cuidadores e familiares. Mantenha-se sempre alerta em qualquer situação.

Se já não bastassem todas as dificuldades enfrentadas nos tempos atuais, com crise em vários setores, o ser humano precisa ainda redimensionar situações que não só geram frustração como, ao mesmo tempo, repulsa, o que afasta a possibilidade de acreditar em tempos melhores.

Por Rosane Machado

Mestranda em Estudo Sobre as Mulheres, Gênero, Cidadania e Desenvolvimento pela UAB de Portugal

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