Alguns dizem que é uma questão de sorte encontrar o amor. Outros que o segredo é apenas parar de procurá-lo que ele aparece. Não sei a resposta certa, mas sei que na cidade de Nova York a tarefa de encontrar o amor é uma das mais difíceis.
Grande maioria dos moradores da cidade está aqui para um propósito: trabalhar. Num dos lugares mais caros de se viver no mundo, não é difícil encontrar pessoas nas ruas, bares e restaurantes falando sobre dinheiro. Estamos falando de um país ultra capitalista, que pensa e vive dinheiro o tempo todo. Que vê nas cifras dos seus salários não só uma realização profissional, mas pessoal. É muito fácil se deixar levar e viver uma vida em torno de dinheiro. E os nova-iorquinos fazem isso muito bem.
Não é por mal, é de se entender. Sem dinheiro não há vida na Big Apple, então é preciso correr atrás, trabalhar duro para alcançar o sucesso. E se você passa o dia trabalhando, acaba passando o dia falando em trabalho. E quem gosta disso? Daquela pessoa que chega no bar ou na festa dos amigos e só fala sobre sua carreira profissional e quanto ganha no ano? Cada um falando sobre seu próprio sucesso numa tentativa de parecer menos solitário. Uma visão não muito feliz.
Vejo uma quantidade enorme de jovens começando suas carreiras na cidade e pensando na quantidade de pessoas que podem conhecer. São 8,5 milhões de pessoas.
Nesse mar de possibilidades é difícil não imaginar que sempre possa haver alguém melhor. Então por que não continuar procurando?
Também é muito difícil se deixar levar pelos sentimentos em um lugar tão duro, tão difícil. Não é uma cidade para qualquer um, é para aqueles que realmente a amam e lutam para se manter nela (e realmente é uma luta). Se tem algo que nova-iorquinos amam é a própria cidade. Quem sabe o grande amor de suas vida já exista, e esteja com eles todos os dias. A cada passo, cada brownstone, cada sirene, cada buzina, cada atraso de metrô. Talvez o verdadeiro amor deles seja essa cidade.
Por Júlia – Direto de Nova York
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