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Mulheres podem viajar sozinhas pelo mundo sem medo?


Desde que comecei minha jornada pelo mundo a primeira coisa que as pessoas me perguntam é: você vai sozinha? Sim vou! É claro que a valentia é dosada, sempre cuidem por onde ir, que horas, aqueles cuidados básicos. Mas de verdade? A gente tem um medo natural tão enraizado por conta do nosso sexo e de onde moramos, que ele pode bloquear uma das coisas mais bonitas, o conhecimento, conhecer novos lugares, culturas e pessoas.


A Luiza Antunes também acredita nisso, e nos conta um pouco sobre esse tema.


“Mulheres devem viajar sozinhas pelo mundo? Devem. Eu poderia começar e terminar este post com essa resposta simples. Mas acho importante a discussão, uma vez que percebemos que algumas leitoras do blog têm essa dúvida e o receio de partir sem mais ninguém para conhecer o mundo. Em 2012, uma pesquisa da Associação Brasileira de Blogs de Viagem (ABBV) revelou ainda que 72% dos acessos nos blogs brasileiros vem de mulheres. Foi a mesma tendência que ouvimos de uma agência de viagem online, esta semana. Então, peraí, se são as mulheres as principais consumidoras de informação sobre viagem no Brasil, por que ainda ouvimos tanto a pergunta do título?

Apesar de o cenário estar melhorando com a internet, basta uma mulher falar que vai viajar sozinha (eu incluída) para começar a ouvir o discurso da insegurança, dos horrores do mundo e da necessidade de ter alguém ao seu lado. O discurso é tão constante, e vem de tantas fontes, que isso gera um bloqueio em muita gente e impede a pessoa de ao menos pensar na possibilidade de viajar sozinha. Claro, homens também sofrem com o preconceito contra o viajante solitário. Aliás, nossa sociedade em geral tem muita dificuldade em aceitar que as pessoas são capazes de realizar coisas e serem felizes sozinhas. Viajar, então! É um absurdo não ter alguém ao seu lado. Mas não podemos negar que, para as mulheres, educadas para se acharem frágeis e dependentes, fica ainda mais chocante e inaceitável esse papo de rodar o mundo sem ninguém conhecido por perto para defendê-la.


Os motivos para se viajar sozinha podem ser muitos: ninguém tem folga no mesmo período que você, ninguém tem grana para viajar no momento, ou o simples “eu só quero estar sozinha para uma jornada de autoconhecimento”. Também descobrimos que o mundo tem muito mais pessoas legais e generosas que imaginamos. Sempre que viajo, tenho o prazer de ser surpreendida com a ajuda de estranhos, com a simpatia das pessoas e com a bondade alheia. Claro, já passei por situações chatas, mas não se compara com tanto de coisas boas que vivi.


Mas qual a graça de viajar e não ter ninguém para compartilhar?

Bom, cada um acha graça no que quer na vida, mas, sinceramente, apesar de eu adorar viajar com meus amigos, acho que a viagem em si é a parte mais importante. Além disso, é mais difícil descobrir do que você gosta (ou o do que não gosta) e aprender a curtir a sua própria companhia se você sequer tentar viajar sozinha. Como minha amiga, você pode não ter escolha. E, aliás, isso é muito comum. Você tem seu salário, suas férias, a vontade de ver o mundo, mas não tem companhia. Então, vai desistir e ficar em casa se lamentando? Ou vai se dar uma chance de descobrir não só outros países, mas também quem é você sem ter ninguém por perto?


Fato é que a decisão de largar tudo por 15 dias ou 1 ano, seja sozinha ou acompanhada, é uma escolha pessoal. E não, não é o fim do mundo. Muito pelo contrário, é só o início dele. Bora?


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