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Masculinidade hegemônica

A palestra sobre feminicídio no auditório da Ajuris na última sexta-feira me fez refletir sobre como romper com o ciclo da masculinidade hegemônica. A família é o primeiro modelo de como exercer sua masculinidade ou feminilidade, em que os papéis ficam bem definidos e propiciam à criança de que forma deve proceder na interação com o outro, delimitando assim o modo de ser aceito pela sociedade.

Ao ingressar na escola, os professores reforçam os estereótipos impostos pelos familiares e, caso surjam algum desvio dessa norma, como o menino brincar de boneca e a menina de futebol, comunicarão aos familiares que ambos estão fugindo ao estabelecido pelas regras sociais e imediatamente tomarão uma atitude para inibir tal fato. Nesse sentido surge a questão inicial de como romper com esse ciclo e modificar o estereótipo de masculinidade tradicional, que segue a premissa de exercer o poder e subjugar o ser feminino, como forma de ser aceito e sentir-se integrado como um todo.

Acredito que o movimento feminista tem contribuído para se pensar na importância de homens e mulheres terem o mesmo direito, diminuindo assim a assimetria instalada entre eles, mesmo que sua aceitação seja restrita, por ter seu verdadeiro objetivo se perdido enquanto se buscava se acertar, ou seja, de que forma fazer entender a complexidade do movimento, principalmente numa cultura machista que contradiz o senso comum por gerar polêmica, onde quer se estabeleça esse diálogo.

Mas esse processo de desconstrução é longo, sua jornada até conseguir estabelecer uma nova masculinidade, entre as diversas que se impõem ao modelo hegemônico, e assim poder entender o quanto o sistema patriarcal aprisiona, dificulta a mulher nos seus mais diversos propósitos, ao qual coloca o homem numa situação privilegiada e distante do papel da mulher, que há muito luta para poder se expressar, entender melhor quem você é, poder se emancipar e construir um mundo a sua volta que a leve à plenitude.




Ótima semana!!!

Rosane Machado

Mestranda em Estudo sobre as Mulheres, Gênero e Cidadania pela UAB de Portugal.

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