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Lutar ou fugir

Medo e ansiedade: As pupilas dilatam, vem o suor, o tremer das mãos, os ombros tencionam, coração acelera, a respiração aumenta de frequência. Lutar ou fugir? Escolher outro caminho, buscar outra coisa, ou ficar aqui e lutar com isso?

Pela nossa história de vida, temos padrões de como responder as coisas. Eu já sofri 3 assaltos e todos eles eu tentei correr e fugir instintivamente. Logo, é bem provável que das próximas vezes, como meu registro mental é correr, eu correrei novamente.

Mas não só as situações de perigo de vida agimos repetidamente da mesma forma. Nos sentimos ameaçados em inúmeras situações de trabalho, no relacionamento com nossos amigos, com nossa família, e a resposta certa pode parecer sempre “ficar” ou sempre “fugir”.

Nesse ciclo de repetição de comportamentos, os que ficam insistem muito em situações que já tinham que ter ido embora há muito tempo e os que “fogem” dão um basta em tudo, às vezes, precipitadamente.

Deu desse trabalho, deu dessa casa, deu dessa cidade, deu desse relacionamento, deu desse círculo de amigos. Fugir parece uma ideia linda. Uma estrada ascendente com flores dos dois lados: tudo novo.

O “fujão” tem o seguinte padrão de comportamento: Não quero mais isso, não quero mais aquilo, não sou mais desse jeito. Pega suas coisas e vai embora.

Normalmente o fujão é visto como “corajoso”, aquele que vai viver outra coisa, sem medo de ser feliz. O que ninguém sabe é que ele está fazendo a mesma coisa, repetidas vezes.

Então, mudar-se não é uma boa solução? Sim e não. Um novo lugar sempre nos traz novas perspectivas, novas pessoas, novo clima, mas algumas coisas que nos afligem permanecem ali. O externo contribui, mas até a página B. Logo ali, mais ali na frente: pimba. Lugar novo, pessoas novas, mesma situação. E a resposta de novo parece ser fugir. Lugar novo, pessoas novas, mesma situação.

Por outro lado, está o “estático”: o sujeito que permanece ali. O adjetivo qualitativo para ele é “O fiel, o permanente”. Só que na verdade, ele passa muito mais do tempo em lugares que não gosta, em cidades onde sente muito calor, em relacionamentos disfuncionais, na mesma casa, no mesmo bairro, no mesmo mundo.

Conclusão que não chegamos à conclusão nenhuma: o fujão e o estático parecem estar correndo atrás do próprio rabo. Entre lutar ou fugir, o que? Nenhuma dessas. Observar-se: Saber qual que normalmente se toma não significa que ela esteja errada. A questão atrás dessa pergunta é um pouco mais profunda: esse caminho habitual está te levando para onde queres ir?

Juliana W. Soeiro

CRP 07/26220

Contato: (51) 9 8926-4043

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