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Luta interna e fé: aliados no processo de cura

Durante um ano (de agosto de 2015 a agosto de 2016), tive a oportunidade de trabalhar como facilitadora no meu primeiro grupo de apoio às pacientes com câncer de mama. Foi uma experiência muito gostosa que chegou como um presente. Parece que à medida que eu conversava e conduzia aquelas mulheres, mais elas facilitavam a minha vida.

Sempre que eu comentava do meu trabalho com elas para pessoas fora da área de psicologia, muitos me diziam “mas que difícil”, “eu não conseguiria” ou “como tu faz isso?”. Eu pensava, e ainda penso, que é uma entrega de afeto, e que não precisa ser difícil. Tudo que a/o paciente precisa nesse momento é um ombro amigo, um coração disposto e ouvidos atentos. Essa era minha técnica de trabalho e é como eu aconselho os familiares e amigos que querem ajudar e não sabem de que forma.

Cada nova integrante que chegava, com suas particularidades, tocas, lenços, boinas ou perucas, mostrava para mim e para as demais que aquele período de tratamento é um momento, principalmente, para repensar a vida e tudo que faz ou não faz sentido. Consciente ou inconscientemente, muitas mulheres começaram a se readaptar a rotina de outra forma, com outras percepções, valorizando pequenas vitórias e conquistas, momentos simples.

É essa maneira de re-agir e enfrentar o diagnóstico é um dos principais fatores que pode ajudar ou piorar o tratamento e a qualidade de vida da/do paciente. Na literatura e na experiência que vivi com elas, percebi que o “espírito de luta” e a fé ajudam tanto quanto os tratamentos médicos. Lado a lado, química e luta interna – uma tão importante quanto a outra – enfrentam a doença.

Comunicar seus sentimentos e permitir o cuidado da equipe, da família e amigos é transcender a doença. Pequenas atitudes como essas ajudam tanto que, pelo exemplo, passam a ajudar outras mulheres na mesma condição de saúde. É como uma corrente de força.

Por Juliana W. Soeiro

Psicóloga – CRP 07/26220

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