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Homossexualidade: amor proibido

Uma reportagem sobre casais homossexuais me fez refletir sobre o ser humano, uma vez que os tempos proclamam as diversidades, mas, ao mesmo tempo, não permitem vivenciá-los. Alguns relataram estarem juntos há mais de três décadas, preservando até hoje o respeito e afeto. Relembram a dificuldade inicial para estabelecerem vínculos e aprovarem a relação. Infelizmente, nos dias atuais os jovens homossexuais, sejam homens ou mulheres, ainda sofrem discriminações e são julgados se atravessam a rua de mãos dadas ou se expõem com um beijo em público. Em contrapartida, os casais heterossexuais são aclamados e aplaudidos pela sociedade, que determina o que deve ou não ser aceito e permite toda ou qualquer desavença entre ambos, desde a traição até violências física e psicológica. Muitas vezes, as vítimas silenciam com vergonha de tornar público um sofrimento que é só seu, guardando para si, se escondendo e sofrendo piedosamente, se anulam para a vida até criarem coragem e romperem com esse ciclo. Vivenciamos outros tempos, por isso deveríamos olhar para casais homossexuais com naturalidade e, acima de tudo, com sensibilidade, pois eles também querem viver afetos, estabelecer trocas de carinhos, serem amados e, sobretudo, respeitados. Os tempos evoluíram, mas, infelizmente, algumas mentes ainda permanecem como quatro décadas atrás, quando os casais da reportagem se conheceram. Diante disso, me pergunto como “quebrar” a resistência dessas pessoas em compreender essa realidade, uma vez que estão fechadas ao novo que desponta diariamente nas redes sociais, na mídia, entre diálogos inteligentes ou apenas convencionais. Vivemos tempos instáveis, em que a carteira assinada custa a ser preenchida ou que no máximo sua estabilidade no emprego não dura mais que um ano ou menos talvez; que os casamentos do “foram feitos um para outro” ou “para sempre”, na “tristeza ou na alegria”, não passam de dez anos de união, visto que a busca por novidade ou desejo de sair da rotina proporciona novos encontros, novas alegrias, suspiros apaixonados ou sensação de frio na barriga ao pensar naquele que “encanta”. Assim os laços que eram eternos se tornam fugazes e permanecem o tempo de esgotar o encanto, o desejo, a atração, o afeto e a admiração inicial que resultaram na vida a dois. Por fim, quero apenas que você reflita sobre o tema, mas não se sinta ofendida ou enojada por falar sobre isso, que julgo muito importante, devido à rejeição que causa nas pessoas. Permita que o outro busque sua plenitude, mesmo que só a encontre com o um parceiro igual, portanto liberte-se dos preconceitos difundidos há séculos, estamos na contemporaneidade, acompanhe o fluxo da vida, se permita ser feliz, apenas isso.

Ótima semana!!!

Rosane Machado

Mestranda em Estudo sobre as Mulheres, Gênero e Cidadania pela UAB de Portugal.

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