top of page

Gravidez interrompida

São muitos os casos de gravidez indesejada. Segundo a Pesquisa Nacional do Aborto de 2015, uma em cada 5 mulheres aos 40 anos já realizou pelo menos 1 aborto. Independentemente da sua posição sobre aborto, a favor ou contra, eles acontecem frequentemente.

A responsabilidade é sempre dos dois, 50% pro homem 50% pra mulher. Entretanto, o que se percebe é que a culpa geralmente recai sobre a mulher. Não tomou a pílula? Transou sem camisinha? Quer prender o cara com a barriga? Terrivelmente, ainda são esses os comentários infelizes, inapropriados e insensíveis que as mulheres escutam nesta posição.

Outra questão importante com que a mulher se depara neste momento é a criminalização do aborto. Quem aborta está agindo contra a lei. Afinal de contas, o Estado é dono de tudo, inclusive dos nossos corpos e determina como devemos levar a diante as nossas próprias vidas e também uma vida que está por vir.

Porém, no seu íntimo para tomar essa decisão ela tem inúmeros motivos. Convivendo com os inúmeros julgamentos sociais, sabe que não pode proporcionar ao seu filho condições financeiras e/ou psicológicas para uma vida saudável. Já o pai, o homem da relação, frequentemente se abstêm dessa decisão difícil, pois na nossa sociedade virou natural o fato da mulher gestante ficar sem o apoio deste que é tão responsável quanto ela pelo resultado da relação sexual.

Com apoio ou sem apoio, sendo o pai participante ou não desta decisão, fisicamente quem passa por esse procedimento é a mulher. Seja o aborto clínico ou medicamentoso, a mulher passa por uma violência absurda e simplesmente o fato de o homem/a família/os amigos estarem acompanhando todo o processo do começo ao fim – antes, durante e depois – faz toda a diferença.

Não foi este o apoio e o cuidado recebido pela Ana, pela Maria, pela Claudia, pela Marcela, pela Sandra, pela Mônica e por tantas outras que passaram por isto. Sentiram medo: medo da dor, medo de dar errado, medo dos traumas, medo de se arrepender. Vergonha, desespero, desamparo. Onde estava você homem? Onde estão as amigas? Onde esta a família? Onde está o afeto? A sororidade? A empatia?

Mulher, tu é dona do teu corpo e também precisa ser dona do teu coração. Coragem para enfrentar as situações que a vida te coloca, sem precisar depender de homem nenhum. Seja para fazer um aborto, para criar um negócio, para ser quem tu é. Mulher te ama!

Por Marcela Perlott – Bacharel em Biblioteconomia

e Juliana Soeiro – Psicóloga Clínica CRP: 07/26220 TEL: 51. 981345357

Comentários


bottom of page