top of page

Gracias a la vida, Violeta Parra

Primeiro dia em Santiago, meses de expectativas, meses de curiosidade e lá estava eu, na terra da Violeta Parra. E olha que linda coincidência, hoje é seu aniversário. Então esse post eu dedico a ela. Até para que todas entendam porque essa mulher mexeu tanto comigo. Violeta nasceu em 1917, em San Carlos, comuna da província de Ñuble, no Chile. Realizou seus estudos escolares até o segundo ano do secundário, abandonando-os em 1934, para trabalhar e cantar com seus irmãos em bares e circos, desenvolvendo uma importante carreira musical, como autodidata, a partir dos 9 anos.

Desde muito jovem cantava para ajudar a família, compunha letras e começou a pesquisar sobre as raízes folclóricas chilenas. Violeta Parra pode ser considerada a mãe da canção comprometida com a luta dos oprimidos e explorados, tendo sido autora de páginas inapagáveis, como a canção “Volver a los 17”, que mereceu uma antológica gravação de Milton Nascimento e Mercedes Sosa. Outra de suas canções, “La Carta”, cantada em momentos de enorme comoção revolucionária, nas barricadas e nas ocupações, tem entre os seus versos o que diz “Os famintos pedem pão; chumbo lhes dá a polícia”. Mas suas canções não apenas são marcadas por versos demolidores contra toda a injustiça social. O lirismo dos versos de canções como “Gracias a la vida” (gravada por Elis Regina) embalou o ânimo de gerações de revolucionários latino-americanos em momentos em que a vida era questionada nos seus limites mais básicos. Violeta também sofria de amor, quando assisti o filme de sua biografia, percebi que mesmo sendo essa mulher guerreira, que enfrentou a fome, inúmeras perdas, e um país que sofria de uma extrema pobreza e ditadura, ela também chorava o amor não correspondido, mas tirava forças da arte e das canções para seguir. Essa força foi o que me fez levantar do sofá e saber mais sobre a sua vida e trajetória. Por isso fui para o Chile. Necessitava beber da sua fonte, conhecer a sua gente. E agora voltando a Santiago, imaginem minha emoção em estar lá. Ao chegar na casa da Paula, querida chilena que nos acolheu em sua casa, ela me mostra o quarto que vou ficar. Entro, deixo minha mala no chão e ao olhar a janela uma surpresa, as cordilheiras dos Andes, bem na minha frente, imponentes e majestosas. Se por um acaso eu sentisse medo ou algo parecido, era só eu olhar a janela e lembrar da força e coragem que me levou até lá. E a aventura só estava começando.

Por Gabi

Comments


bottom of page