É hora de voltar para Santiago do Chile, hora de se despedir de Valparaíso, uma cidade que me surpreendeu muito e me presenteou com Maria, prima de Violeta Parra, artista que fez eu querer conhecer o país. Já em Santiago, começo a refletir sobre aqueles dias intensos e alegres que vivi, eu realmente só tinha o que agradecer. Nossa anfitriã, Paula, tinha sido muito atenciosa e querida comigo e com a Carol, disse que antes de partirmos iria nos levar para comer o melhor sushi da cidade e de fato nos levou, não é costume do hostess do Airnbnb fazer isso, mas ela foi muito amorosa quis nos dar de presente de despedida. Foi uma noite muito agradável de bate papo e sushis deliciosos. No outro dia, véspera de voltarmos para o Brasil, eu e Carol decidimos que também faríamos uma surpresa para a Paula, faríamos para ela uma feijoada brasileira. Ideia pronta! Vamos ao supermercado, porém esquecemos que não estávamos no Brasil e claro, muitos ingredientes não tinham, como couve e pasmem feijão em grão, apenas enlatado.
Ficamos umas duas horas decidindo pelo que substituir e como melhorar o feijão para que ficasse com o gosto do nosso país. Carol é expert em capirinhas e preparou as melhores, enquanto cozinhávamos, Paula estava no trabalho, ela era engenheira e às vezes precisava ficar até mais tarde. Para nós era perfeito, pois éramos duas atrapalhadas na cozinha, eu fiquei de fazer o arroz e cortar a acelga, substituta da couve, Carol ficou de preparar o feijão, com tudo que tem direito e fazer a caipirinha. Paula nos liga e avisa que vai levar uma amiga, a notícia da janta se espalhou e a amiga também quis provar. Pressão! Mas estávamos nos divertindo muito, quando Paula chegou ela havia trazido empanadas, comida típica de lá junto com um molho parecido com vinagrete para provarmos, era muita comida para quatro pessoas, podíamos ter chamado a vizinhança toda.
Nossa experiência desastrosa de feijoada chilena/brasileira até que deu certo, comemos e repetimos, mas a troca cultural foi melhor ainda, ver a Paula provar o feijão com arroz muito desconfiada, pois lá eles não comem assim, era como ver uma criança provar algo pela primeira vez e de fato era a primeira vez que ela comia essa junção de sabores. Muita risada e barriga cheia, já podemos voltar para o Brasil com o sentimento de missão comprida. De que tudo foi tão maravilhosamente bem, que a saudade já era um sentimento antes mesmo da partida. E o dia de dar tchau chega e com o coração partido de voltar, mas louca para retornar e contar as experiências. Santiago sinto sua falta, espero em breve voltar.
Por Gabi
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