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Escolher é necessário, mas entre todas as opções, como saber qual a mais assertiva?

Somos obrigados a fazer escolhas todos os dias: a roupa, o meio de transporte, o que vamos almoçar, o que beber e qual rota tomar até o nosso destino.

Essas decisões são simples e banais, mas também são transformadoras. Cada uma delas transforma o dia em melhor ou pior.

Rotineiramente, resolvemos se vamos colocar uma roupa nova, almoçar saudável, ou comer a comida gostosa de vó; viajar de ônibus lotado ou pegar uma carona.

Não nos preocupamos tanto com essas escolhas, pois elas parecem menores. No entanto, podem colorir ou acinzentar uma semana inteira.

Penso que é até uma questão de sobrevivência: não podemos nos preocupar tanto com cada micro decisão, porque se assim fizéssemos, nos daria muita dor de cabeça optar pelo que tomar de café da manhã ou que caminho eleger até o trabalho. Passaríamos bem mais tempo pensando cada pequeno passo que fossemos tomar, caso dele dependesse nossa vida inteira.

Em compensação, quando vamos escolher uma profissão, uma viagem, uma casa nova parecem decisões muito importantes. E, de fato são por requerer de nós um maior planejamento e cuidado.

Nesses casos, podemos nos perder ao pensar em todas as possibilidades. É aí que mora o perigo, pois, quando não optamos, a vida opta por nos deixar mais ou menos no mesmo lugar – a imobilidade, ou faz transformações bruscas as quais não seriam necessárias – o caos.

Tudo tem sido mais difícil de escolher hoje em dia, por que em vez de termos uma lista de 100 opções, temos uma página em branco, onde podemos escrever qualquer coisa.

Quando não éramos tão livres, havia menos espaço pra dúvida. Escolhíamos apenas com quem íamos casar. Agora escolhemos se vamos, com quem, se vai ser virtual, monogâmico, se, se, se, se infinitos “se’s”.

Antes escolhíamos qual empresa íamos trabalhar ou se íamos montar um negócio. Agora escolhemos se vamos trabalhar, se vamos viver de investimentos, se vai ser um trabalho a distancia, se vamos fazer uma loja virtual, se, se,se… As milhões de alternativas parecem o canto da sereia, nos seduzindo para todos os lados.

Pensando nas escolhas sensatas e no instinto animal, normalmente optamos pelo que é mais seguro. Em compensação, conheço muita gente que estudou muito para passar em concurso público por esse motivo e, hoje em dia, não está recebendo nem o seu salário.

Com esse texto, não quero te deixar mais ansiosa (o), apesar de te alertar pra tanta alternativa não vista, não vivida e possível. Minha intenção aqui é só dizer que sempre há risco. Logo, se temos sempre de arriscar, que seja por ter tentado o que nos faz vibrar. Por fim, fico com a frase da Lya Luft, que, escolhendo seletamente palavras com muito sucesso, disse tudo:

“Preferimos não ter de escolher. Para escolher, teríamos de discernir. Para discernir, teríamos de pensar. Parar para pensar parece complicado demais, e triste, quando na verdade deveria ser interessante. Então seguimos a manada, infantilizados e superficiais. Talvez sem maiores angústias, mas certamente sem maiores prazeres, conquistas, êxtases e alegrias”.

Juliana Soeiro – Psicóloga Clínica CRP: 07/26220 TEL: 51. 981345357

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