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"Ele não batia, mas deixou cicatrizes"


"Ele não batia, mas deixou cicatrizes...”

Muitos pensam que abuso emocional não é tão ruim quanto abuso físico, mas é...Ela tinha 16 anos, estava naquela fase romântica do primeiro amor. Foi quando ele apareceu, parecia um conto de fadas, daqueles que você só vê em filmes. Ela lembra de ter pensado: “uau, isso é tão incrível". Rapidamente noivaram e casaram, ele disse que se apaixonou logo no primeiro encontro, tinha as qualidades de um homem perfeito, era gentil, atencioso e romântico. Como resultado, foi lhe atraindo e criando um mundo do qual ela jamais iria querer sair. Como uma viciada, ela viveu em busca do efeito lá do início. Ele entregava pequenas doses, e assim ela permanecia...


Ele sentia ciúmes, como se não quisesse deixar espaço para ela pensar em outra coisa, senão nele. No trabalho, ela se ressentia com a sua indiferença em relação ao seu esforço, ele lhe diminuía, como se ela não soubesse fazer nada direito, ele apontava defeitos destruindo a sua confiança, ao ponto de ela se achar incapaz, que jamais viveria sem ele...O pior era quando tinham visitas, ela ficava tensa, pensando com quem ele flertaria, sentia medo que reparassem a sua dor, não podia dizer a ele como seu comportamento era inadequado, isso se tornou um pesadelo...O que ele vai fazer hoje? Quais "campos minados"' eu preciso evitar? Alguém vai perceber? Era como se tivesse uma "bola" de ansiedade constante no estômago. Se a intenção dele era deixar ela isolada, funcionou, porque ela passou a não querer sair. Demorou a perceber que o que ele fazia era errado, até aceitar o fato de que estava sendo abusada. E ela pensou: “Chega, eu não posso mais aguentar isso.” Sabia que deveria se afastar, se ficassem cara a cara, ele a convenceria a “tentar”, e isso nunca teria fim. Ela se sentiu vazia, nada mais parecia ser seu, nem mesmo seus pensamentos, porque os pensamentos voltavam para ele o tempo todo, e ainda hoje voltam. Ela odeia que ele ainda tenha algum poder sobre ela, sente raiva, aí escreve...Assim exorcizar esta raiva que resta. Por fim, sente-se triste por ele. Mas apesar destes efeitos colaterais, ainda acredita no amor, porque o amor sempre será o melhor remédio.

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Susete Pasa

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Autora dos livros: “Abusada” - Padre, eu pequei... e “Sobrevivi ao abuso.”

Instagram: @autorasusetepasa

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