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Diretamente de Liverpool, uma das primeiras bandas femininas de rock


Que eu gosto de cinema e viajar vocês já sabem, não é? Mas eu tenho um amor muito grande pela música também, e quando descubro que mulheres tiveram e tem muita força nesse cenário eu fico muito feiz. E hoje compartilho uma história super bacana que li. Até o início dos anos 1960, Liverpool era uma cidade portuária e pobre ao norte da Inglaterra que ainda se reconstruía da destruição quase absoluta que enfrentou durante a Segunda Guerra Mundial – de onde jamais se poderia imaginar que a maior revolução da música pop em todos os tempos sairia. Essa história, porém, todos já sabem: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr se juntariam para se tornar a maior banda de todos os tempos. Mas, em 1962, antes dos Beatles conquistarem o mundo, eles primeiro conquistaram Liverpool, principalmente através da casa de shows The Cavern Club, onde se apresentaram quase 300 vezes. Na plateia de um desses shows, em 1962, estava a jovem Mary McGlory, nascida e criada em Liverpool como cada um dos quatro rapazes no palco, que ao vê-los disse para a irmã a seu lado: nós vamos ser como eles. Vamos ser a primeira banda de garotas a fazer sucesso.


Assim nasceu The Liverbirds, uma das primeiras bandas femininas de rock em todos os tempos: contemporânea e vizinha ao Beatles, formada originalmente por Mary, sua irmã Sheila e Irene Green. Mary tinha planos de se tornar freira, mas antes queria ficar muito rica com a música. O nome foi escolhido em homenagem ao pássaro-símbolo de Liverpool, e os instrumentos foram comprados em uma loja local.


Tudo estava pronto, e os comentários a respeito dessa banda feminina que se formava para rivalizar com os Beatles – que então já eram imensamente populares na região – já se espalhavam pela cidade. Mas havia um discreto obstáculo entre a banda e o estrelato: ninguém sabia tocar. Sheila e Irene desistiram da carreira musical, mas logo a campainha tocou: eram as jovens Sylvia Saunders e e amiga Valerie Gell, que haviam ouvido falar da banda. Valerie sabia tocar, e decidiu que ensinaria as garotas seus instrumentos. Em seguida uma jovem com uma bela voz grave e imenso talento para a música e a guitarra também ficou sabendo e correu para ganhar seu lugar na banda: Pamela Birch se tornaria principal vocalista e uma espécie de líder das The Liverbirds. Com Pam na guitarra e nos vocais, Valerie na guitarra, Mary no baixo e nos vocais e Sylvia na bateria, o grupo estava formado, e assim os ensaios começaram incessantemente.


O plano era provar que mulheres podiam sim ter uma banda de rock e fazer sucesso – até John Lennon teria comentado, ao saber da banda, que “garotas não conseguiam tocar guitarra”. Pois elas conseguiam, e em pouco tempo conquistaram seu lugar não só no mesmo Cavern Club que tanto os Beatles haviam tocado, como seguiram em frente. “São adolescentes que se juntaram para tentar quebrar o monopólio masculino do mundo do rock”, dizia uma matéria sobre a banda. “Os namorados, se quiserem, que as acompanhem, pois as garotas passam a maior parte do tempo tocando”.


Hoje seguem vivas e amigas em Hamburgo a baixista e a baterista das Liverbirds, exatamente como seguem vivos o baixista e o baterista dos Beatles. A banda lançou alguns discos, outros compactos, viajou todo o continente, tocou no Japão e viveu uma rara aventura, indo mais longe de que boa parte dos aspirantes a estrelas do rock. “Essa coisa que fizemos entre 0s 16 anos e 23 anos. Estava escrito que a gente viveria tudo isso. Era o destino: Nós éramos as Liverbirds!”, diz Sylvia. “Nunca ficamos tão famosas quanto os Beatles, mas começamos como amigas e terminamos como amigas”, reflete a baterista.


fonte das informações: Hypness

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