A mulher, com sua força transformadora, conquistou espaço de igualdade com o homem e hoje seus valores são reconhecidos amplamente, mas a chegada a esse patamar foi uma conquista árdua, muitas vezes sofrida. A mulher sonhava mesmo sem ter esperança, apenas tinha desejos, muitos reprimidos, guardados no mais íntimo do seu ser. Quantas mulheres passaram por esta existência sem ter a oportunidade de desenvolver seu potencial, sendo apenas solícitas e obedientes aos seus pais e depois aos seus maridos; quantas não tiveram a oportunidade de expressar sua capacidade em outra atividade que não fosse a de dona de casa; quantas permaneceram no silêncio, guardando fragmentos de uma vida que poderia ter sido diferente. Ao pensar nessas mulheres, surge certa inconformidade, pois foram sufocadas pela submissão que dominava seu mundo, se entregavam à rotina da casa e se realizavam com os filhos, a quem desejavam uma vida mais digna do que a sua. As atribuições dadas ao homem e à mulher tinham proporções bem definidas. À mulher era destinado o cuidado do lar e dos filhos; ao homem, o trabalho e o sustento da família.
Enquanto a mulher representava a afetividade, o homem tinha que ser objetivo, sem sentimentalismo, sem afetividade ou sensibilidade, pois isso colocava em risco sua masculinidade.
Atualmente, com a ascensão da mulher e sua valorização na sociedade, estabeleceu-se um diálogo aberto entre homens e mulheres, portanto a lembrança da submissão feminina e a exaltação do homem estão no passado. Um grande número de mulheres invariavelmente empreende uma tenaz luta por seu espaço na sociedade em busca de autoafirmação, que na maioria das vezes é obtida com sofrimento e dúvidas.
A luta feminina encorajou a grande maioria das mulheres do mundo a repensar seus valores, na posição que ocupa no seio da família e no seu conceito dentro da sociedade.
Portanto, não é mais concebido que no limiar da liberdade de expressão as mulheres fiquem ainda à mercê de uma relação incompleta, deixando de ir ao encontro de seus sonhos.
Libertas, se lançam à vida com esperança de encontrar em si mesmo recurso para usufruir o que lhes compete, porém agora não aceitam mais ser tratadas com indiferença e agressividade. A caminhada ainda é longa, mas já tivemos muitos avanços. Que no dia internacional da mulher você possa refletir sobre sua vida.
Uma ótima semana!!
Por Rosane Machado
Mestranda em Estudo Sobre as Mulheres, Gênero, Cidadania e Desenvolvimento pela UAB de Portugal.
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