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Desmistificando o preconceito contra o gato preto

Gostaríamos muito que o preconceito contra felinos de cor preta fosse fruto da imaginação dos adoradores de bichanos, mas infelizmente, não é bem assim o que tem acontecido. Gatos pretos são frequentemente acusados de darem azar, além de serem sacrificados em rituais religiosos e de ser a última escolha (ou negados) na hora da adoção.  Mesmo que na antiguidade, lá nos tempos históricos dos egípcios, eles fossem bem quistos e adorados, a idade média e a igreja católica acabaram com essa boa imagem: criaram até lei proibindo humanos de acolherem gatos em seus lares. E mesmo com toda essa bagagem histórica, o que restou foi o preconceito e a descriminação. E aí fica a pergunta: o que podemos fazer para melhorar essa situação?

E voltando no tempo pra melhor entender essa longa história de amor e ódio, as origens da nossa vivência mais próxima aos gatos vem da época que começamos a plantar e armazenar grãos. Com o armazenamento dos grãos, vieram os ratos, com os ratos algumas doenças, e no combate da população excessiva de ratos, surgiu a necessidade de termos ágeis caçadores a proteger nossa comida, os gatos. E dá-se o início de uma parceria muito eficaz, que por longos anos se manteve, principalmente no antigo Egito, onde até mesmo idolatrados eles foram, havendo leis que proibiam que os gatos fossem levados para fora do Egito. Além disso, quem fosse pego traficando gatos (exportando) ou os matando, era condenado a pena de morte, e quando o gato da família morria, todo mundo era obrigado a usar o luto, em respeito e veneração.

Porém, na Idade Média tudo isso mudou. Na ânsia de dar fim às tradições pagãs e demais vertentes religiosas da antiguidade, no século XV, o papa Inocêncio VIII (1432-1492) chegou a incluir o pobre animal em sua lista de perseguidos pela Inquisição, campanha  da Igreja católica contra supostas heresias e bruxarias. Bastava o ser humano abrigar um felino em seu lar, ou mesmo que por um acaso ele corresse para dentro de algum quintal, lá ia o morador da casa para a fogueira, acusado de parceria com o demônio. E se o bichano era da cor negra, habitualmente associada às trevas, pior ainda para ele. Assim, no imaginário medieval, o gato preto tornou-se tão inseparável da mítica figura da feiticeira quanto à vassoura voadora.

E depois disso tudo, o que nos restou? Infelizmente, preconceito. E se for pretinho o gatinho, mais descriminação e perseguição. Mas a notícia boa, é que tem muita gente na batalha pra esclarecer e por fim nessa injustiça, e provar a todos que quiserem ver, as maravilhas que é termos ao nosso lado, um lindo felino de pelagem pretinha e brilhosa. Como todos os demais gatos do mundo, eles são afetuosos, dedicados, sabem deliciosamente “amassar pãozinho”, nos fazer sorrir com suas travessuras e peripécias, e o ronronar…faz o coração da gente transbordar de afeto. Como isso acontece? Quando os tratamos com amor, zelo, carinho, cuidado e respeito. É preciso entender a natureza dos gatos, sua trajetória evolucionária e histórica, e aceitá-los como eles são. Gatos. Alguns pretos, tão gatos quanto todos os demais gatos e potencialmente amorosos, como todos os seres a viver no nosso planeta.

Voluntária Cheila Vagundes e Lúcia da Luz voluntária da causa animal e presidente da Associação Cão da Guarda.

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