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Deméter: o Arquétipo Materno


Segundo Clarissa Pinkola Estés no livro Mulheres que Correm com Lobos dos 28 aos 35 anos é a “idade da mãe”: o aprendizado de ser mãe para si e/ou para os outros. Acabo de fazer 30 anos e não tenho filhos, mas percebo que tenho entendido melhor o que significa a frase “ ser mãe de si mesma”.


Felizmente, na leitura de Clarissa, a idade da mãe, não significa que todas devemos parir ou já haver parido nessa idade, mas que nessa faixa é onde acontece o aprendizado da nutrição. Existe no ideal social várias fórmulas do que é ser uma mulher bem sucedida. Dentre elas está na enorme lista “ser mãe”, o que é um desastre, pois é uma privação da nossa liberdade de existir e de fazer o que nossa alma deseja.


Caso exista dentre os nossos anseios a vontade de ter um filho ótimo, se não for, está maravilhoso também. Esse desejo não é profundamente intenso em todas as mulheres e não deve ser uma obrigação feminina, pois nós nos realizamos de diferentes formas, não necessariamente no casamento, na maternidade ou na vida profissional.


De toda forma, dentre os arquétipos das Deusas, a que melhor nos ensina o aprendizado dessa faixa etária é a Deusa Deméter, pois ela é o arquétipo materno que representa a nutrição física, emocional e espiritual. Uma mulher que tem esse arquétipo muito forte em si mesma percebe a maternidade como realizadora de um desejo muito profundo. Para essas mulheres, ser mãe é o papel mais importante de sua vida. Prover subsistência é extremamente gratificante.


Também conhecida como “deusa do cereal”, Deméter proporcionou à humanidade a fertilidade da natureza, através do cultivo das colheitas. As mulheres que têm vontade de se mudar para o campo, cuidar das suas hortas, compartilhar os frutos, estão manifestando esse aspecto de mãe natureza de Deméter.


Deméter também é considerada como a mais generosa. Pode ser bastante interessada nos estudos e ter o intelecto bem desenvolvido, mas não é da sua natureza ser competitiva. Na formação universitária se interessa mais por cursos ligados à assistência.


A teimosia, a paciência e a perseverança são qualidades de Deméter, pois a força de vontade de cuidar e olhar pelos seus faz com que, mesmo em condições adversas, tenham como foco primordial o bem estar dos seus filhos. No entanto, o arquétipo em sua forma desequilibrada, pode fazer com que uma mãe não permita a individuação do seu filho.


O excesso de proteção faz com que se sinta desamparada e deprimida quando os filhos saem de casa ou quando não pode ser provedora de cuidado a ninguém. Além disso, pode doar-se além do seu limite, ficando sobrecarregada, dizer não pode ser um grande desafio. Independentemente de quanto do arquétipo de Deméter tenhamos em nossa personalidade e para que o equilíbrio de dar e receber aconteça é importante ser primeiro mãe de si mesma. O famoso clichê de avião “colocar a sua máscara de oxigênio antes de auxiliar outras pessoas”. Uma mãe suficientemente boa não quer a dependência emocional ou psicológica de seus filhos ou dos seus afetos, nem ficar dependente disso para sobreviver.


Juliana Wesendonk Soeiro

CRP 07/26220

Contato: 51. 989264043

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