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Criança interior – você conhece a sua?

A maioria das pessoas já ouviu falar do termo criança interior e existem algumas variações nessa compreensão. Tem muitas técnicas terapêuticas que procuram fazer o “resgate da criança interior” e o fazem de maneira bastante eficiente e efetiva. E afinal o que é isso?

A criança interior é uma das nossas “personas”, ou seja, uma das nossas faces. Às vezes essas técnicas têm o objetivo de curar a criança ferida e outras vezes têm o objetivo de resgatar a alegria de viver. Então, qual das técnicas terapêuticas está certa?

Na verdade não é bem um resgate, esse passado infantil está sempre presente através do nosso inconsciente e as duas técnicas estão no caminho certo.

A criança está sempre dentro de nós pra nos lembrar dos nossos medos, das nossas inseguranças, dos nossos pais, da nossa infância (boa ou ruim), mas ela também está lá a serviço do bom humor, para lembrar da nossa graça, das nossas brincadeiras, das nossas bobices. Ela nos lembra que temos ingenuidade, que temos um coração.

A criança interior nos conecta com os nossos traumas. É ela quem chora o abandono da infância: o abandono e a negligência que retornam agora em forma de amor não correspondido. A criança interior esperneia, grita, pede atenção.

Contudo, mais do que atenção de outro, ela pede atenção do nosso adulto interior, aquele que já entendeu várias coisas da vida e que pode acolher esse sofrimento antigo. Não vai ser o pai, o irmão, o namorado, a mãe que vai entender essa dor.

Nenhum desses adultos é tão competente para lidar com essa criança quanto nós mesmos. Nós sabemos o tamanho dessa dor e só nós podemos acalmar esse bebê e colocar ele pra dormir.

Por outro lado, a criança interior não pode ser colocada para dormir para sempre, é ela que lembra dos nossos talentos, que faz a gente encontrar os nossos dons. Ela resgata esse adulto, chama ele pra dançar, pra ver a graça da vida, pra brincar e pra rir das próprias incoerências. Sem ela somos muito sem graça, presos nas burocracias do dia a dia.

Ela lembra que a vida é aprendizado, que não estamos prontos e que o importante é a experiência. Não silencie a todo custo a sua criança, a vida fica muito sem graça. Por outro lado, não dê tanta voz a ela também, ela não sabe lidar com as dificuldades da vida e fica apegada às picuinhas do passado.

Juliana W. Soeiro

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