Roma, aguardadíssimo filme de Alfonso Cuarón que estreou na Netflix em dezembro chega à plataforma disposto a quebrar vários paradigmas de uma vez só. Apesar de também ter sido lançado nos cinemas – pode significar a consagração artística do entretenimento via streaming e se tornar o primeiro longa falado em espanhol a emplacar indicação na categoria principal, a de melhor filme, do Oscar 2019.
Escolhido para representar o México na seleção por espaço entre os postulantes a melhor filme estrangeiro, o novo trabalho do diretor de Gravidade (2013) é, no mínimo, favorito para levar essa estatueta. Roma, cujo título remete a um distrito da Cidade do México, acompanha a trajetória de Cleo, babá e empregada de uma família de classe média nos anos 1970.
Concentrado no olhar e vivência de Cleo (Yalitza Aparicio), o longa entrega uma visão crítica do abismo social que obriga pessoas, na imensa maioria mulheres, a trabalharem em casas com acúmulo de funções e sem horário de começo e fim do expediente. A cortina de fumaça do abuso é o já tradicional “ah, mas ela faz parte da família”.
Acontece no México, acontece no Brasil. Cleo não faltam na América Latina. Um filme sensível, emocionante que mexeu comigo. Vale o play e a reflexão.
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